segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Há muita abelha no enxame da vergonha

Há em Portugal um terrível vício que corrói a Sociedade e o Estado, que destrói a Democracia, que atrofia o Estado de Direito e que a todos envergonha. É um vício corporizado por um verdadeiro enxame de abelhinhas nascidas nas juventudes dos partidos políticos, que vivem embrulhadas na vaidade e na ambição e que tudo fazem para satisfazer os seus apetites de dinheiro, de influência e de poder. Para essa gente não existe o interesse público nem o bem comum, pois tudo subordinam ao seu interesse pessoal ou do seu grupo. Esse terrível vício que abala a confiança nacional e desmoraliza a população é a promiscuidade entre a Política e os Negócios, em que muita gente actua numa descarada ou mesmo criminosa confusão de interesses entre o que é Público e o que é Privado. São milhões, muitos milhões que são apropriados em ruinosos contratos.
Há três anos um corajoso autarca afirmou que “o centro da corrupção em Portugal tem sido a Assembleia da República pela presença de deputados que são simultaneamente administradores de empresas”, dizendo ainda que o Parlamento "parece mais um verdadeiro escritório de representações, com membros da comissão de obras públicas que trabalham para construtores e da comissão de saúde que trabalham para laboratórios médicos”.
Com a crise que nos entrou em casa e com a apertada vigilância que os nossos credores internacionais nos fizeram, era de esperar uma moralização nas práticas corruptas ou ilegais em que muitos agentes políticos estiveram ou estão envolvidos. Que se acabasse com esse enxame de abelhas. De resto, esse foi o discurso moralizador que levou Passos e os seus amigos ao poder. Mas parece que foi só conversa, pois muitos deputados, secretários de Estado e outros lobos que por aí vegetam, continuam envolvidos em negociatas com a maior impunidade do mundo, como hoje denuncia o jornal i.

O espectáculo ímpar dos Tall Ships

A Sail Training International leva a efeito todos os anos, durante os meses de Verão, várias iniciativas destinadas a promover o gosto pelo mar e pela aventura, sendo particularmente apreciadas as regatas que envolvem os Tall Ships.
A Tall Ships Race 2014 decorreu entre os dias 3 de Julho e 5 de Agosto, tendo visitado portos holandeses, dinamarqueses e noruegueses. Porém, no seu programa de actividades para 2014 a Sail Training International também incluiu a 2014 Falmouth-Royal Greenwich Tall Ships Regatta, um programa que está a decorrer no sul da Inglaterra desde o dia 28 de Agosto, a partir do porto de Falmouth, na Cornualha, e que terminará em Greenwich no dia 9 de Setembro, embora a corrida entre Falmouth e Greenwich ocupe apenas três dias do programa. Toda a costa sul da Inglaterra está, portanto, em festa.
Hoje, os diários The Times e também o The Guardian ilustraram as suas primeiras páginas com a fotografia dos veleiros a desfilar no porto de Falmouth, em direcção à linha de partida da regata que os levará até Greenwich, levando a bordo voluntários de todas as idades. A principal característica deste tipo de programas não é o aspecto desportivo nem sequer a regata mas é, sobretudo, o convívio com o mar e com a vida a bordo, sendo reconhecidamente considerado como um factor de ligação às heranças culturais dos participantes e uma actividade que reforça o seu sentimento de identidade. Por isso, mas também pela beleza das imagens que proporcionam, os Tall Ships são sempre assunto de primeira página.