quinta-feira, 26 de junho de 2014

A herança histórica portuguesa em Macau

O território de Macau é uma região administrativa especial da República Popular da China com uma população um pouco superior a meio milhão de habitantes. Apesar de ter sido administrado pelos portugueses desde meados do século XVI até Dezembro de 1999, a língua portuguesa nunca se impôs significativamente à população local e tem havido justificados receios de que neste novo quadro politico-administrativo do território venha a desaparecer, apesar ser uma das suas línguas oficiais.
Porém, a par de um grande desenvolvimento económico e da construção de grandiosos edifícios e outras infraestruturas, as autoridades do território têm procurado preservar o património arquitectónico de origem portuguesa existente em Macau e, em 2005, conseguiram que o seu centro histórico e as construções da colina da Guia – fortaleza, capela e farol – fossem incluídos na Lista do Património Mundial da UNESCO “por constituirem um testemunho único da confluência de características estéticas, culturais, arquitectónicas e tecnológicas do Oriente e do Ocidente”. Significa, portanto, que a preservação da herança cultural portuguesa é uma aposta duradoura das autoridades de Macau.
Nesse sentido, também está a protecção das simbólicas Portas do Cerco, conforme destacou na sua edição de ontem o jornal Tribuna de Macau, ao noticiar que o Conselho do Património Cultural as classificou como “património histórico do território”, pelo que  a solução de utilizar a própria infraestrutura do posto fronteiriço das Portas do Cerco (antiga fronteira entre Macau e a República Popular da China) para instalar a paragem do Metro Ligeiro da linha que segue para a China Continental, deve manter a harmonia paisagística e arquitectónica no local. Assim continuará, bem visível, a simbólica frase ali inscrita em 1871 no tempo do governador António Sérgio de Sousa:
A Pátria honrai que a Pátria vos contempla.