O território de Macau
é uma região administrativa especial da República Popular da China com uma
população um pouco superior a meio milhão de habitantes. Apesar de ter sido
administrado pelos portugueses desde meados do século XVI até Dezembro de 1999,
a língua portuguesa nunca se impôs significativamente à população local e tem
havido justificados receios de que neste novo quadro politico-administrativo do
território venha a desaparecer, apesar ser uma das suas línguas oficiais.
Porém,
a par de um grande desenvolvimento económico e da construção de grandiosos
edifícios e outras infraestruturas, as autoridades do território têm procurado preservar
o património arquitectónico de origem portuguesa existente em Macau e, em 2005,
conseguiram que o seu centro histórico e as construções da colina da Guia –
fortaleza, capela e farol – fossem incluídos na Lista do Património Mundial da
UNESCO “por constituirem um testemunho único da confluência de características
estéticas, culturais, arquitectónicas e tecnológicas do Oriente e do Ocidente”.
Significa, portanto, que a preservação da herança cultural portuguesa é uma
aposta duradoura das autoridades de Macau.
Nesse sentido, também está a
protecção das simbólicas Portas do Cerco, conforme destacou na sua edição de
ontem o jornal Tribuna de Macau, ao noticiar que o Conselho do Património
Cultural as classificou como “património histórico do território”, pelo
que a solução de utilizar a própria
infraestrutura do posto fronteiriço das Portas do Cerco (antiga fronteira entre
Macau e a República Popular da China) para instalar a paragem do Metro Ligeiro
da linha que segue para a China Continental, deve manter a harmonia
paisagística e arquitectónica no local. Assim continuará, bem visível, a
simbólica frase ali inscrita em 1871 no tempo do governador António Sérgio de
Sousa:
A Pátria honrai que a Pátria vos contempla.
A Pátria honrai que a Pátria vos contempla.