quinta-feira, 24 de outubro de 2024

BRICS reclamam nova ordem mundial

A edição de hoje do jornal hojemacau exibe uma fotografia em que se reconhecem Narendra Modi, Vladimir Putin e Xi Jinping, sobre a qual se encontra o título “Olhos em Kazan”, isto é, olhos na 16ª Cimeira dos BRICS.
Esta cimeira de Kazan e estes homens recordam-nos a Cimeira de Bandung realizada em 1955, na qual se salientaram Nehru, Nasser, Tito e Sukarno, que criaram o Movimento dos Não-Alinhados e aprovaram como princípios políticos, a luta contra o colonialismo, o direito de todos os povos à autodeterminação, a luta pela independência nacional e a liberdade de escolha por cada estado dos seus próprios sistemas políticos. Com a Cimeira de Bandung o mundo mudou muito e, cerca de 69 anos depois, a Cimeira de Kazan mostra algumas analogias bem curiosas, no número de participantes, na notoriedade dos promotores, nas reivindicações explícitas ou implícitas e, naturalmente, na procura de uma nova ordem internacional, a começar pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.
A Declaração de Kazan, ontem divulgada, consta de 134 pontos e parece ter de tudo um pouco no sentido do “fortalecimento do multilateralismo para uma ordem mundial mais justa e democrática”, mas o que sobressai é a contestação à actual ordem mundial saída da II Guerra Mundial, o desafio à actual hegemonia do chamado Ocidente Alargado e a procura do fim do subdesenvolvimento do Sul Global. A Cimeira mostrou que a Rússia não está isolada, enquanto António Guterres mostrou grande coragem em ter estado em Kazan. Curiosamente ou não, os mass media ocidentais quase ignoraram a Cimeira de Kazan, ao contrário da imprensa do ”outro lado do mundo”, como se viu com o hojemacau. É muito significativo.
Depois desta cimeira vai ser necessário pensar muito ou, o que é a mesma coisa, ter os "olhos em Kazan"…

Olinda restaura o seu património histórico

A edição de ontem do jornal Folha de Pernambuco publica uma fotografia do Mosteiro de São Bento, na cidade de Olinda do estado brasileiro de Pernambuco, destacando a informação de que vai ser objecto de restauro. A fotografia é apresentada a toda a largura da primeira página do jornal e desperta o interesse daqueles que defendem o valor histórico e cultural do património arquitectónico de origem portuguesa que se conserva em várias regiões do mundo, designadamente no Brasil.
O centro histórico de Olinda foi inscrito em 1982 na Lista do Património Histórico da Humanidade da Unesco e inclui cerca de duas dezenas de conventos e igrejas barrocas, incluindo o Mosteiro de São Bento, cuja igreja foi elevada à dignidade de Basílica Menor pelo Papa Joáo Paulo II.
O mosteiro foi construído pelos Beneditinos e ficou concluído em 1599, constituindo actualmente um dos mais importantes complexos arquitectónicos barrocos do Brasil e um pólo turístico muito procurado pelo turismo no estado de Pernambuco. Por isso, o governo e a governadora Raquel Lyra avançaram com um projecto de restauro orçamentado em 15,3 milhóes de reais e que ficará concluído em Maio de 2027. O projeto prevê que todos os bens artísticos decorativos que integram a nave, a sacristia, o coro, a capela-mor, a capela do santíssimo, a capela abacial e a sala capitular da Igreja do Mosteiro de São Bento passem por serviços de restauração e conservação. 
A governadora Raquel Lyra afirmou que “estamos trabalhando de maneira muito intensa para devolver a Pernambuco o que representa a sua identidade, buscando fortalecer o nosso turismo, mas também podendo garantir a perpetuação da sua história”. Naturalmente, aqui fica registado o nosso aplauso pela iniciativa do governo de Pernambuco.