No panorama
actual da pandemia do covid-19 que
tanto nos preocupa, os Estados Unidos são o país do mundo com mais pessoas
infectadas, registando actualmente 164.406 casos, embora as 3.172 mortes que já
se verificaram no país estejam aquém das que já se registaram na Itália, na
Espanha ou na China.
Porém, Donald
Trump e as autoridades federais acordaram muito tarde. Esse facto, associado à não
existência de um serviço nacional de saúde universal semelhante aos que têm os países europeus,
têm levado alguns especialistas a referir que o centro da pandemia já se
deslocou para os Estados Unidos. No entanto, os abundantes recursos americanos
acabam sempre por ajudar a ultrapassar algumas dificuldades, como as que estão a atravessar a Itália e a Espanha, onde os recursos hospitalares são escassos
para acudir a quem deles precisa.
Ontem, com grande
cobertura da imprensa americana e até de alguma imprensa europeia, atracou no Pier 90 do porto de Nova Iorque o USNS Comfort, the giant hospital ship da Marinha americana. Trata-se de um antigo
petroleiro com 272 metros de comprimento e uma altura correspondente a um
edifício de dez andares, que foi reconvertido num grande hospital e dispõe de
1000 camas, 12 salas de operações e todas as valências hospitalares, sendo
servido por 1200 tripulantes, sobretudo médicos e pessoal paramédico.
A missão do USNS Comfort em Nova Iorque não é receber ou
tratar doentes infectados com o covid-19,
mas recolher pacientes com outras patologias e, por essa via, aliviar o sistema
hospitalar daquele estado. Entretanto, um outro navio semelhante já se encontrava
em Los Angeles para apoio ao sistema hospitalar do sul da Califórnia, que é o
terceiro estado com mais infecções no país, depois de Nova Iorque e Nova
Jersey.
Naturalmente que
estes recursos causam inveja aos pequenos países onde “os recursos são escassos
e as necessidades ilimitadas”, um axioma que certos interesses corporativos
portugueses parecem não conhecer.