O jornal New
York Post é um dos poucos jornais que, nas suas edições de hoje, noticia
o ataque de Israel ao Irão iniciado na noite passada, quando os aviões de Netanyahu atacaram aquele país. O seu alvo foram as instalações
nucleares iranianas, algumas unidades militares e fábricas de mísseis balísticos, mas
também visaram a liquidação de alguns altos comandos militares e cientistas
envolvidos no programa nuclear iraniano, o que significa mais violência, mais
incerteza e o aumento de risco de um conflito de maiores proporções no Médio
Oriente.
Os
bombardeamentos foram realizados por cerca de 200 aviões, tendo o presidente
dos Estados Unidos sido avisado e, naturalmente, dado o seu acordo a esta
iniciativa designada como operação Rising
Lion que, segundo Netanyahu, tem carácter “preventivo” e durará “os dias
que forem precisos”. O Irão terá sido fortemente atingido, mas retaliou
imediatamente e as informações disponíveis mostram que a escalada belicista começou,
o que constitui uma séria ameaça para a paz mundial.
Num tempo em que
há nove países que dispõem da arma nuclear, incluindo Israel, o Irão também
quer ter essa capacidade e esse seu desígnio não é aceite por Israel, nem pelos
Estados Unidos.
Vários países
árabes, incluindo o Egipto, o Catar e os Emirados Árabes Unidos já condenaram o
ataque de Israel, mas a Europa está calada, pequenina, irrelevante e, uma vez
mais, a ser cúmplice da violência israelita para com a Palestina e os seus outros
vizinhos. Porém, ao longo do dia de hoje, as televisões portuguesas e a generalidade
dos seus comentadores trataram de justificar a agressão israelita com os seus próprios
argumentos de “defesa preventiva”, como se fossem publicitários ao serviço dos extremistas
israelitas. Não se ouviu ninguém defender que se parasse de “meter gasolina
na fogueira do Médio Oriente” e, como em outros cenários de conflito, há quem nos queira convencer que nestas coisas há os santos e há os pecadores.