sexta-feira, 13 de junho de 2025

O ataque israelita ao Irão e a escalada

O jornal New York Post é um dos poucos jornais que, nas suas edições de hoje, noticia o ataque de Israel ao Irão iniciado na noite passada, quando os aviões de Netanyahu atacaram aquele país. O seu alvo foram as instalações nucleares iranianas, algumas unidades militares e fábricas de mísseis balísticos, mas também visaram a liquidação de alguns altos comandos militares e cientistas envolvidos no programa nuclear iraniano, o que significa mais violência, mais incerteza e o aumento de risco de um conflito de maiores proporções no Médio Oriente.
Os bombardeamentos foram realizados por cerca de 200 aviões, tendo o presidente dos Estados Unidos sido avisado e, naturalmente, dado o seu acordo a esta iniciativa designada como operação Rising Lion que, segundo Netanyahu, tem carácter “preventivo” e durará “os dias que forem precisos”. O Irão terá sido fortemente atingido, mas retaliou imediatamente e as informações disponíveis mostram que a escalada belicista começou, o que constitui uma séria ameaça para a paz mundial.
Num tempo em que há nove países que dispõem da arma nuclear, incluindo Israel, o Irão também quer ter essa capacidade e esse seu desígnio não é aceite por Israel, nem pelos Estados Unidos.
Vários países árabes, incluindo o Egipto, o Catar e os Emirados Árabes Unidos já condenaram o ataque de Israel, mas a Europa está calada, pequenina, irrelevante e, uma vez mais, a ser cúmplice da violência israelita para com a Palestina e os seus outros vizinhos. Porém, ao longo do dia de hoje, as televisões portuguesas e a generalidade dos seus comentadores trataram de justificar a agressão israelita com os seus próprios argumentos de “defesa preventiva”, como se fossem publicitários ao serviço dos extremistas israelitas. Não se ouviu ninguém defender que se parasse de “meter gasolina na fogueira do Médio Oriente” e, como em outros cenários de conflito, há quem nos queira convencer que nestas coisas há os santos e há os pecadores.