quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Von der Leyen e a nova ambição europeia

O Parlamento Europeu aprovou ontem em Estrasburgo por 461 votos a favor, 157 contra e 89 abstenções, num total de 707 votos expressos, o colégio da nova Comissão Europeia liderado por Ursula von der Leyen. Neste executivo comunitário que vai iniciar funções no próximo dia 1 de Dezembro, Portugal está representado por Elisa Ferreira, ex-ministra e ex-deputada europeia, que será responsável pela pasta da Coesão e Reformas.
Para além da nova Comissão Europeia, no mesmo dia também iniciarão funções o novo presidente do Conselho Europeu, o belga Charles Michel, e o novo Alto Representante da União Europeia para a Política Externa, o espanhol Josep Borrell, que sucedem respetivamente ao polaco Donald Tusk e à italiana Federica Mogherini.
A União Europeia de Jacques Delors, Helmut Kohl e François Metterand parece que se esgotou, pois está a passar por uma fase muito difícil, sem uma liderança reconhecida e com problemas que ameaçam a sua coesão, como o Brexit e a hostilidade de Trump, o radicalismo de Nigel Farage e de Boris Johnson ou os discursos populistas de Matteo Salvini e de Viktor Orbán.
É um momento em que temos que depositar esperanças para a contrução de uma Europa mais unida e mais solidária, até porque pela primeira vez na sua história de mais de sessenta anos, a Comissão Europeia vai ser presidida por uma mulher. Ursula von der Leyen é alemã e vai substituir Jean-Claude Juncker, que substituira o oportunista e irrelevante cherne lusitano, que dá pelo nome de Durão Barroso.
Hoje, muito poucos jornais europeus destacaram a notícia da aprovação da nova Comissão Europeia nas suas primeiras páginas, a mostrar que a problemática europeia não lhes interessa. Em Portugal, nem um só jornal trouxe em primeira página a notícia da aprovação da Comissão von der Leyen, mas eu penso que, tal como o jornal económico francês Les Echos, a nova Comissão traz uma nova ambição para a Europa.