domingo, 9 de agosto de 2020

O luto do Brasil e a solidariedade lusa


O número de vítimas provocadas pelo covid-19 no Brasil atingiu o impressionante número de 100.543 óbitos, apenas superado pelos Estados Unidos e o país está de luto, como sugere a capa da edição de hoje do jornal carioca Extra. Em Portugal ninguém fica indiferente a esta calamidade porque muitos portugueses têm familiares e amigos no Brasil e conhecem por via directa as angústias de quem vive sob a ameaça de poder ser contagiado. Portanto, as preocupações e as incertezas quanto ao futuro não são apenas brasileiras, mas também são portuguesas.
O primeiro óbito por covid-19 aconteceu no dia 25 de Fevereiro e, desde então, não há sinais de retrocesso quanto ao alastramento da pandemia, nem quanto às medidas sanitárias ou de confinamento que deveriam ter sido tomadas para tentar travar a pandemia. Jair Bolsonaro, o incapaz que enganou os brasileiros e chegou a presidente do Brasil, depois do golpe político-judicial que liquidou Dilma Rousseff e Lula da Silva, tem sido um dos responsáveis pela grave situação que assola o país e há vozes que já o acusam de genocídio. Um mês depois de ter acontecido o primeiro óbito no Brasil, essa figura caricata que é Jair Bolsonaro invocou o seu “histórico de atleta” e afirmou que não se preocuparia com “uma gripezinha ou resfriadinho”, para além de repetidamente ridicularizar as recomendações de distanciamento social e de criticar os governadores estaduais pelas medidas adoptadas. Depois, nunca foi capaz de se retratar dessas afirmações e usou e abusou de comportamentos censuráveis sob o ponto de vista sanitário. O Jair é um verdadeiro desastre político e é altamente responsável pela situação dolorosa que se vive no Brasil. Porém, daqui deste lado do Atlântico, não somos indiferentes a essa dor e a essa angústia.