sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

Um holandês que é o “palerma do ano”

É costume no mês de Dezembro de cada ano que algumas instituições atribuam prémios e distinções a personalidades que se distingam e daí que no mundo sejam conhecidos os prémios Nobel, os Óscares de Hollywood ou os The Best da FIFA, enquanto em Portugal é atribuído o prémio Pessoa, o Prémio Leya e dezenas de outros prémios artísticos e literários. Porém, há muitos outros prémios que distinguem os melhores nisto e naquilo que, nesta época do ano, enchem os noticiários internacionais.
Porém, se houvesse um prémio internacional para “o palerma do ano” ele seria certamente para Mark Rutte, o holandês que é o secretário-geral da NATO, pelas afirmações incendiárias que tem feito desde o dia em que, miseravelmente, se sabujou a Donald Trump, ao desfazer-se em elogios pela exigência de aumento da despesa militar e dizendo-lhe: “a Europa vai pagar à grande e será uma vitória tua”. O palerma do Mark atribui-se a si próprio uma importância que não tem e não se cansa de misturar a NATO com a UE, quando há dez países que pertencem à NATO mas que não pertencem à UE.
Em declarações recentes o Mark veio dizer que “nunca a ameaça de guerra foi tão sombria como agora”, que “a Europa é o próximo alvo da Rússia” e que já estamos em perigo, embora não seja essa a posição dos Estados Unidos que pretendem que a Rússia seja reintegrada na economia mundial e volte a fazer parte do G8.
Na sua edição de hoje o jornal inglês The Independent destaca em título de primeira página uma frase-propaganda de Mark Rutte – “devemos estar preparados para a guerra como os nossos avós suportaram” – sem que tenha qualquer base sólida para fazer essa afirmação que, naturalmente, está alinhada com os interesses das indústrias do armamento que ele objectivamente representa e em oposição aos interesses dos europeus que querem a paz, como tem revelado o Eurobarómetro.
Mark Rutte quer a guerra e, por isso, é mesmo o palerma do ano.