É costume no mês
de Dezembro de cada ano que algumas instituições atribuam prémios e distinções
a personalidades que se distingam e daí que no mundo sejam conhecidos os
prémios Nobel, os Óscares de Hollywood ou os The Best da FIFA, enquanto em Portugal é atribuído o prémio Pessoa,
o Prémio Leya e dezenas de outros prémios artísticos e literários. Porém, há
muitos outros prémios que distinguem os melhores nisto e naquilo que, nesta
época do ano, enchem os noticiários internacionais.
Porém, se
houvesse um prémio internacional para “o palerma do ano” ele seria certamente
para Mark Rutte, o holandês que é o secretário-geral da NATO, pelas afirmações incendiárias
que tem feito desde o dia em que, miseravelmente, se sabujou a Donald Trump, ao
desfazer-se em elogios pela exigência de aumento da despesa militar e
dizendo-lhe: “a Europa vai pagar à grande e será uma vitória tua”. O palerma do
Mark atribui-se a si próprio uma importância que não tem e não se cansa de
misturar a NATO com a UE, quando há dez países que pertencem à NATO mas que não
pertencem à UE.
Em declarações
recentes o Mark veio dizer que “nunca a ameaça de guerra foi tão sombria como agora”,
que “a Europa é o próximo alvo da Rússia” e que já estamos em perigo, embora não
seja essa a posição dos Estados Unidos que pretendem que a Rússia seja reintegrada
na economia mundial e volte a fazer parte do G8.
Na sua edição de hoje
o jornal inglês The Independent destaca em título de primeira página uma frase-propaganda
de Mark Rutte – “devemos estar preparados para a guerra como os nossos avós
suportaram” – sem que tenha qualquer base sólida para fazer essa afirmação que,
naturalmente, está alinhada com os interesses das indústrias do armamento que ele
objectivamente representa e em oposição aos interesses dos europeus que querem a
paz, como tem revelado o Eurobarómetro.
Mark Rutte quer a
guerra e, por isso, é mesmo o palerma do ano.
