Aqui há dias
houve um indivíduo - por acaso bem instalado na vida, que até é Conselheiro de
Estado e que tem estado sempre ao lado dos poderes dominantes - que esteve em audiência na Assembleia da
República na qualidade de presidente da Sociedade
Interbancária de Serviços (SIBS), a entidade que congrega todos os bancos que
operam em Portugal e que gere todo o sistema de cartões de débito (Multibanco).
O dr. Vítor Brinquete Bento, assim se chama a referida personagem, tem um percurso de vida que parece respeitável, mas deve andar transtornado com as desgraças por que passa a gananciosa banca e, vai daí, quis ajudar os apetites insaciáveis dos seus patrões e sugeriu que o levantamento de dinheiro nas caixas Multibanco pagasse imposto de selo, o que constituiria uma fonte de receita para o Estado e um proveito adicional para a banca sob a forma de comissão. Mais uma vez, comiam o Estado e a banca, enquanto o mexilhão pagava.
O dr. Vítor Brinquete Bento, assim se chama a referida personagem, tem um percurso de vida que parece respeitável, mas deve andar transtornado com as desgraças por que passa a gananciosa banca e, vai daí, quis ajudar os apetites insaciáveis dos seus patrões e sugeriu que o levantamento de dinheiro nas caixas Multibanco pagasse imposto de selo, o que constituiria uma fonte de receita para o Estado e um proveito adicional para a banca sob a forma de comissão. Mais uma vez, comiam o Estado e a banca, enquanto o mexilhão pagava.
Segundo revela a escassa
imprensa que pegou neste assunto, os partidos políticos foram unânimes na condenação
desta sugestão contabilística do dr. Briquete, o que mostra como é possível
estabelecer consensos políticos sobre muitas matérias. Esta ideia do Dr.
Brinquete é um absurdo que nem ao diabo lembra, pois seria mais um confisco
ilegal e fraudulento feito aos depositantes, que são os únicos donos do
dinheiro. É grave que esta lógica se esteja a instalar no cérebro de “gente que
se fez a pulso” e que esquece tudo o que passou para chegar onde chegou. Amanhã
ainda se vão lembrar de criar um imposto para quem tenha a ousadia de se manter
vivo depois da idade da reforma ou para quem apenas quiser ter o direito de respirar ou de sonhar com uma sociedade mais justa.