domingo, 13 de novembro de 2022

O mundo e a ameaça climática global

A 27ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas que tem sido designada como a COP27 e se está a realizar em Sharm El Sheikh, tem suscitado muitas tomadas de posição no sentido de contribuir para a redução da ameaça climática global que paira sobre o nosso planeta. No entanto, continua a ser muito grande a distância entre as intenções manifestadas pelos responsáveis políticos nacionais e as medidas concretas tomadas em cada país, embora pareça haver uma crescente sensibilização dos meios de comunicação para este problema.
A emissão de gases de efeito e as temperaturas globais continuam a aumentar, enquanto o planeta se está a aproximar de situações que tornarão o caos climático irreversível. António Guterres tem sido a voz mais activa a alertar para o dilema da sociedade do nosso tempo, isto é, ou escolhemos a solidariedade climática ou o suicídio colectivo, afirmando que “estamos na auto-estrada para o inferno ambiental” e que o mundo está “com o pé no acelerador”.
Na sua mais recente edição, a revista alemã Der Spiegel aborda a problemática da crise climática e a COP27 com o título “salve-se quem puder”, tendo escolhido uma sugestiva ilustração: a imponente catedral de Colónia, que levou mais de seis séculos a construir e que em 1880, quando foi concluída, era o edifício mais alto do mundo com as suas torres de 157 metros de altura, aparece isolada e cercada pela subida do nível das águas do mar, como se se tratasse de uma enorme inundação. É um alerta para os alemães, que ao verem esta ilustração vão certamente ficar mais receptivos a aceitar a transição energética e os seus custos para a economia, para a sociedade e para o nosso modo de vida nascido da revolução industrial do século XIX.