A 27ª Conferência
das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas que tem sido designada como a
COP27 e se está a realizar em Sharm El Sheikh, tem suscitado muitas tomadas de
posição no sentido de contribuir para a redução da ameaça climática global que
paira sobre o nosso planeta. No entanto, continua a ser muito grande a
distância entre as intenções manifestadas pelos responsáveis políticos
nacionais e as medidas concretas tomadas em cada país, embora pareça haver uma
crescente sensibilização dos meios de comunicação para este problema.
A emissão de
gases de efeito e as temperaturas globais continuam a aumentar, enquanto o
planeta se está a aproximar de situações que tornarão o caos climático
irreversível. António Guterres tem sido a voz mais activa a alertar para o
dilema da sociedade do nosso tempo, isto é, ou escolhemos a solidariedade climática ou o
suicídio colectivo, afirmando que “estamos na auto-estrada para o inferno
ambiental” e que o mundo está “com o pé no acelerador”.
Na sua mais
recente edição, a revista alemã Der Spiegel aborda a problemática da
crise climática e a COP27 com o título “salve-se quem puder”, tendo escolhido uma
sugestiva ilustração: a imponente catedral de Colónia, que levou mais de seis
séculos a construir e que em 1880, quando foi concluída, era o edifício mais
alto do mundo com as suas torres de 157 metros de altura, aparece isolada e
cercada pela subida do nível das águas do mar, como se se tratasse de uma enorme inundação. É um alerta para os alemães, que ao verem esta ilustração vão certamente
ficar mais receptivos a aceitar a transição energética e os seus custos para a
economia, para a sociedade e para o nosso modo de vida nascido da revolução industrial do século XIX.
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