sexta-feira, 15 de julho de 2022

O surto inflacionário afecta a economia

O mundo está a passar por situações muito complexas, desde a guerra no centro da Europa onde parece não haver vontade de a acabar, até às alterações climáticas e os seus efeitos sobre o ambiente, a natureza e a vida humana, mas também a persistência das epidemias, as crises políticas com recurso à violência e o agravamento das desigualdades e da pobreza no mundo, entre outros problemas. Como denominador comum de todas estas coisas está a economia e, de entre as suas múltiplas variáveis, está a inflação que, nos últimos tempos, se tornou notícia em todo o mundo.
A inflação é o aumento geral dos preços dos bens e serviços e mede-se pela sua variação percentual anualizada, que é a taxa de inflação. Com a mesma moeda, compra-se mais ou menos, conforme se tem menos ou mais inflação, o que significa que a taxa de inflação afecta o poder de compra das famílias, a capacidade de investimento das empresas e, de uma forma geral, a evolução da economia, do emprego e da estabilidade social.
Há diferentes teorias para explicar as causas da inflação, mas a mais aceite tem por base o desfasamento ou a desproporção entre o crescimento da economia e o crescimento da oferta de moeda.
Depois de muitos anos em que as autoridades monetárias controlaram a inflação, os acontecimentos da Ucrânia e os seus efeitos sobre o custo da energia, provocaram o seu disparo e, nos últimos 12 meses, a taxa de inflação na Zona Euro atingiu 8,6%, o nível mais alto de sempre. A Estónia (22,0%) e a Lituânia (20,5%) registam as taxas mais altas, tendo Malta (6,1%) e a França (6,5%) as taxas mais baixas, enquanto a Espanha atingiu 10,2% e a estimativa para Portugal é de 9,0%, o que já não se verificava desde há cerca de quarenta anos. Nos Estados Unidos, também a imprensa de referência anuncia hoje que a taxa de inflação chegou aos 9,1%, o seu mais alto valor desde 1981.
O surto inflacionário que está a afectar as economias mundiais é muitíssimo preocupante e é mais uma alínea na listagem das nossas incertezas. Com o título “Castigo ao bolsillo”, a edição de ontem do jornal espanhol ABC procurou explicar a evolução das diversas componentes do cabaz utilizado em Espanha para calcular a taxa de inflação.