O mundo está a
passar por situações muito complexas, desde a guerra no centro da Europa onde
parece não haver vontade de a acabar, até às alterações climáticas e os seus
efeitos sobre o ambiente, a natureza e a vida humana, mas também a persistência
das epidemias, as crises políticas com recurso à violência e o agravamento das
desigualdades e da pobreza no mundo, entre outros problemas. Como denominador
comum de todas estas coisas está a economia e, de entre as suas múltiplas
variáveis, está a inflação que, nos últimos tempos, se tornou notícia em todo o mundo.
A inflação é o
aumento geral dos preços dos bens e serviços e mede-se pela sua variação
percentual anualizada, que é a taxa de inflação. Com a mesma moeda, compra-se
mais ou menos, conforme se tem menos ou mais inflação, o que significa que a
taxa de inflação afecta o poder de compra das famílias, a capacidade de
investimento das empresas e, de uma forma geral, a evolução da economia, do
emprego e da estabilidade social.
Há diferentes teorias
para explicar as causas da inflação, mas a mais aceite tem por base o
desfasamento ou a desproporção entre o crescimento da economia e o crescimento
da oferta de moeda.
Depois de muitos
anos em que as autoridades monetárias controlaram a inflação, os acontecimentos
da Ucrânia e os seus efeitos sobre o custo da energia, provocaram o seu disparo
e, nos últimos 12 meses, a taxa de inflação na Zona Euro atingiu 8,6%, o nível
mais alto de sempre. A Estónia (22,0%) e a Lituânia (20,5%) registam as taxas mais
altas, tendo Malta (6,1%) e a França (6,5%) as taxas mais baixas, enquanto a
Espanha atingiu 10,2% e a estimativa para Portugal é de 9,0%, o que já não se
verificava desde há cerca de quarenta anos. Nos Estados Unidos, também a
imprensa de referência anuncia hoje que a taxa de inflação chegou aos 9,1%, o
seu mais alto valor desde 1981.
O surto
inflacionário que está a afectar as economias mundiais é muitíssimo preocupante
e é mais uma alínea na listagem das nossas incertezas. Com o título
“Castigo ao bolsillo”, a edição de ontem do jornal espanhol ABC
procurou explicar a evolução das diversas componentes do cabaz utilizado em
Espanha para calcular a taxa de inflação.
Sem comentários:
Enviar um comentário