terça-feira, 23 de agosto de 2022

Democracia e paz nas eleições em Angola

Cerca de 14 milhões de eleitores vão escolher amanhã o novo presidente da República Popular de Angola e, também, os deputados que irão sentar-se na Assembleia Nacional.
Angola é um grande país com profundas relações históricas e culturais com Portugal e possui a maior população lusófona do mundo depois do Brasil, o que faz com que as eleições angolanas sejam acompanhadas em Portugal com grande interesse. O país viveu duas grandes guerras: a primeira de libertação nacional entre 1961 e 1974 e, logo a seguir à independência, uma guerra civil travada entre 1975 e 2002, em que se enfrentaram o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e a União Nacional para a Independência Total de Angola (Unita).
O MPLA está no poder desde 1975, primeiro com Agostinho Neto, depois com José Eduardo dos Santos e actualmente com João Lourenço que, nas eleições de amanhã, procura a sua reeleição, numa disputa com Adalberto Costa Júnior, um engenheiro electrotécnico formado em Portugal, que é deputado à Assembleia Nacional e líder da Unita.
Todos os analistas consideram que as eleições de amanhã são as mais disputadas de sempre da história política angolana e que, apesar de um ou outro incidente menor, a campanha eleitoral foi esclarecedora e decorreu com elevação. Não há tradição de sondagens em Angola e é grande a incerteza quanto ao resultado. Porém há indicações, ou mesmo duvidosas sondagens, que indicam que João Lourenço pode ser reeleito com 50 a 60% dos votos, enquanto Adalberto Costa Júnior poderá conseguir cerca de 40% dos votos, o que representa uma enorme subida do seu partido. A partir de Lisboa, o jornal de Negócios diz que é tempo de incerteza. O que nos interessa, qualquer que seja o resultado, é que as eleições sejam democráticas, justas, pacíficas e que abram a porta a mais progresso para os angolanos.