Cerca de 14
milhões de eleitores vão escolher amanhã o novo presidente da República Popular
de Angola e, também, os deputados que irão sentar-se na Assembleia Nacional.
Angola é um
grande país com profundas relações históricas e culturais com Portugal e possui
a maior população lusófona do mundo depois do Brasil, o que faz com que as
eleições angolanas sejam acompanhadas em Portugal com grande interesse. O país viveu duas
grandes guerras: a primeira de libertação nacional entre 1961 e 1974 e, logo a
seguir à independência, uma guerra civil travada entre 1975 e 2002, em que se
enfrentaram o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e a União
Nacional para a Independência Total de Angola (Unita).
O MPLA está no
poder desde 1975, primeiro com Agostinho Neto, depois com José Eduardo dos
Santos e actualmente com João Lourenço que, nas eleições de amanhã, procura a
sua reeleição, numa disputa com Adalberto Costa Júnior, um engenheiro
electrotécnico formado em Portugal, que é deputado à Assembleia Nacional e
líder da Unita.
Todos os
analistas consideram que as eleições de amanhã são as mais disputadas de sempre
da história política angolana e que, apesar de um ou outro incidente menor, a
campanha eleitoral foi esclarecedora e decorreu com elevação. Não há tradição
de sondagens em Angola e é grande a incerteza quanto ao resultado. Porém há
indicações, ou mesmo duvidosas sondagens, que indicam que João Lourenço pode ser reeleito
com 50 a 60% dos votos, enquanto Adalberto Costa Júnior poderá conseguir cerca
de 40% dos votos, o que representa uma enorme subida do seu partido. A partir de Lisboa, o jornal de Negócios diz que é tempo de incerteza. O que nos
interessa, qualquer que seja o resultado, é que as eleições sejam democráticas,
justas, pacíficas e que abram a porta a mais progresso para os angolanos.
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