Nas “margens” do
golfo Pérsico situam-se dois grandes países: na “margem norte” localiza-se o Irão
com 1648 mil quilómetros quadrados de superfície e cerca de 88 milhões de
habitantes e, na “margem sul” encontra-se a Arábia Saudita, com 2150 mil quilómetros
quadrados e cerca de 36 milhões de habitantes. Tanto a República Islâmica do Irão
como o Reino da Arábia Saudita professam a religião islâmica e as suas crenças,
mas enquanto o Irão é maioritariamente xiita
e de cultura persa, já a Arábia
Saudita é maioritariamente sunita e
de cultura árabe, isto é, pertencem a
grupos que dentro do islamismo são rivais políticos e religiosos. São dois
grandes países produtores de petróleo e ambos são destacados membros da OPEP: a
Arábia Saudita é o maior exportador de petróleo do mundo e o segundo país com
mais reservas, enquanto o Irão é o segundo maior produtor de petróleo.
As duas
comunidades têm rivalizado ao longo da história e, por vezes, com muita tensão,
cada uma delas a procurar afirmar-se como a potência regional dominante, com a
Arábia Saudita a manter fortes laços com os Estados Unidos e o Irão a ter laços
também muito fortes com a Rússia. Nos últimos anos a tensão tem sido enorme e
houve quem vaticinasse que à volta do golfo Pérsico, estavam todos os sinais de
uma “tempestade perfeita” e de um conflito de grandes proporções. Porém, após
sete anos de muita tensão e muitas ameaças recíprocas agravadas pelos conflitos
na região, os iranianos e os sauditas retomaram as relações bilaterais. A
reconciliação aconteceu em Pequim, cuja diplomacia conseguiu o que parecia uma
impossibilidade e que é saudado pelo jornal The National, que se
publica na cidade de Abu Dhabi nos Emirados Árabes Unidos.
Como se vai
vendo, a China vai marcando pontos em muitos tabuleiros.