Lisboa – Praça do Comércio
No edifício situado na esquina NW da Praça do Comércio, em Lisboa, está colocada uma placa que assinala o local onde em 1908 ocorreu o regicídio, com o seguinte texto:
NESTE LOCAL, A 1 DE FEVEREIRO DE 1908,
MORRERAM PELA PÁTRIA S.M. EL-REI DOM CARLOS I E O PRÍNCIPE REAL DOM LUÍS FILIPE
Nesse dia, o Rei Dom Carlos, a Rainha Dona Amélia e o Príncipe Real tinham viajado de comboio desde Vila Viçosa e desembarcado no Barreiro, atravessando depois o rio Tejo num vapor até à Estação do Sul e Sueste, onde os esperava o Infante Dom Manuel que tinha regressado a Lisboa alguns dias antes, por causa dos seus estudos como Aspirante de Marinha.
Depois, a Família Real seguiu numa carruagem aberta e, quando esta transitava no lado ocidental do Terreiro do Paço, ouviu-se um primeiro tiro, seguido de um tiroteio mais intenso. O Rei e o Príncipe Real foram mortalmente atingidos, mas a Rainha e o Infante também foram atingidos pela fuzilaria feita sobre a carruagem por outros atiradores, a partir de diversos pontos da praça. O pânico instalou-se e o povo desatou em correria. A carruagem acelerou e virou imediatamente para a rua do Arsenal e entrou no Arsenal da Marinha, onde apenas foi possível verificar os óbitos do Rei e do herdeiro do trono.
Poucas horas depois, com 18 anos de idade, o Infante Dom Manuel, cujo nome completo era Manuel Maria Filipe Carlos Amélio Luís Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis Eugénio de Bragança Orleães Sabóia e Saxe-Coburgo-Gotha, foi coroado como Dom Manuel II. Foi o último Rei de Portugal.
Aquela fatídica carruagem real está exposta no Museu dos Coches em Lisboa.
sexta-feira, 10 de junho de 2011
O regicídio de 1908
Nem 8 nem 80
Porque houve mudança política ou porque o que aí vem assusta, está a verificar-se um fenómeno interessante em Portugal, muitas vezes conhecido pela passagem do 8 para o 80. De facto, em poucos dias passamos do pessimismo para o optimismo e a edição do jornal i ilustra essa realidade através do depoimento de alguns estrangeiros.
Antes, no tempo do 8 havia um generalizado pessimismo: tínhamos um país desacreditado e inviável, éramos incumpridores, desgovernados, gastadores, indisciplinados e, de tal forma incapazes de resolver os nossos problemas, que tivemos que recorrer a gente de fora.
Agora, no tempo do 80 parece haver um exagerado optimismo: passamos a ter um país fiável e promissor, com estabilidade, gente mobilizada, vontade colectiva e, ainda, muitas potencialidades – a praia, o sol, o clima, o bacalhau, o futebol, o mar, a comida...
De um preocupante beco sem saída passamos para um bonançoso mar de soluções.
É salutar e é indispensável que haja optimismo e confiança e que sejam os fazedores de opinião, sobretudo os jornais e os jornalistas, a assumirem esse papel de mobilização. Na realidade, além do i, também o Diário de Notícias e a RTP estão a descobrir “os exemplos de sucesso de Portugal” e os “motivos de orgulho nacional”.
Mas, muita atenção, porque por agora só as moscas mudaram!
Antes, no tempo do 8 havia um generalizado pessimismo: tínhamos um país desacreditado e inviável, éramos incumpridores, desgovernados, gastadores, indisciplinados e, de tal forma incapazes de resolver os nossos problemas, que tivemos que recorrer a gente de fora.
Agora, no tempo do 80 parece haver um exagerado optimismo: passamos a ter um país fiável e promissor, com estabilidade, gente mobilizada, vontade colectiva e, ainda, muitas potencialidades – a praia, o sol, o clima, o bacalhau, o futebol, o mar, a comida...
De um preocupante beco sem saída passamos para um bonançoso mar de soluções.
É salutar e é indispensável que haja optimismo e confiança e que sejam os fazedores de opinião, sobretudo os jornais e os jornalistas, a assumirem esse papel de mobilização. Na realidade, além do i, também o Diário de Notícias e a RTP estão a descobrir “os exemplos de sucesso de Portugal” e os “motivos de orgulho nacional”.
Mas, muita atenção, porque por agora só as moscas mudaram!
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