São
muito frequentes os desprendimentos de blocos de gelo polares, quer no Ártico
quer no Antártico, que depois navegam pelas altas latitudes e são
conhecidos por icebergs. Os seus riscos para a navegação marítima são evidentes
e a história do Titanic é o maior
exemplo da sua perigosidade.
Porém,
com os modernos meios de observação via satélite e com outros meios de
acompanhamento e rastreio, é cada vez mais possível prever esses
desprendimentos de gelos e acompanhar os seus movimentos no mar. Foi exactamente por
essa via que nas últimas semanas foi detectada na Antártida uma fenda que tem
aumentado e que, segundo os especialistas, pode dar origem a um iceberg
gigantesco de cerca de 5.000 quilómetros quadrados de superfície e
cerca de 350 metros
de espessura. A acontecer, será um dos maiores icebergs alguma vez registados
no nosso planeta.
Alguma
imprensa internacional tem noticiado esta hipótese e o diário argentino Uno que
se publica na cidade de Mendoza, destaca hoje essa possibilidade na sua
primeira página, ao mesmo tempo que informa que o fenómeno não terá consequências oceanográficas para as populações ribeirinhas do hemisfério sul.
No entanto, a dimensão deste possível iceberg impressiona. Acontece
que o Algarve tem cerca de 4.997 quilómetros quadrados de superfície e,
por isso, se a massa de gelo se desprender como prevêem os cientistas, teremos
um iceberg do tamanho do Algarve a navegar pelos mares do Sul.
É bem curioso.
É bem curioso.