Desde há
mais de quatro meses que as Israel Defence Forces (IDF) têm massacrado o povo palestiniano na Faixa de Gaza com destruidores bombardeamentos, a
pretexto de perseguirem os radicais do Movimento de Resistência Palestiniana, conhecido pelo acrónimo Hamas. O mundo tem condenado a
brutalidade israelita e o Tribunal de Haia decretou que o governo de Benjamin
Netanyahu tem de tomar medidas para “prevenir o genocídio”. São referidos cerca
de 30 mil mortos palestinianos e as imagens da destruição falam por si. António
Guterres tem sido a voz que, tendo condenado o Hamas, tem considerado a
“inaceitável” violência israelita em Gaza.
Nos últimos tempos, depois de muitos
silêncios mais ou menos cúmplices, alguns líderes mundiais têm condenado
Israel, com Joe Biden a considerar que a sua resposta em Gaza “tem sido
excessiva”. Também o ministro britânico David Cameron tem insistido com Israel
para “interromper o ataque a Rafah” onde cerca de 1,5 milhões de palestinianos
estão cercados, enquanto Emmanuel Macron exprimiu “a firme oposição da França à
ofensiva israelita em Rafah”. Como diria um conhecido grupo humorista português
“há aí palhaços que falam, falam, falam e não os vejo a fazer nada”.
Hoje, o
jornal El País informa que a “Espanha reclama que Bruxelas adopte
medidas contra Israel” e esta posição espanhola distingue-se como um acto de
coragem, quando comparado com a generalizada hipocrisia daqueles que se limitam
a condenar Israel, mas continuam a fornecer-lhe tudo o que precisa e nada fazem
para travar Netanyahu. A União Europeia deveria fazer ouvir a sua voz na
condenação de Israel e tomar medidas concretas, como reclama a Espanha, mas
isso ainda não foi feito, enquanto ainda é recordada a inacreditável visita de
solidariedade e apoio que Ursula von der Leyen e Roberta Metsola fizeram a
Israel em outubro de 2023, onde invocaram o “direito de Israel a defender-se”
e, naturalmente, apoiaram a vingança de Netanyahu.
Bruxelas cala-se e, naturalmente, quem cala consente...