quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

O fim do Donald e a invasão do Capitólio

As cenas que ontem nos foram mostradas em directo pelas televisões pareciam vir de uma república das bananas ou ser cenas de um qualquer filme histórico sobre a tomada da Bastilha em Paris no ano de 1789 ou o assalto ao Palácio de Inverno em Petrogrado no ano de 1917. Aquilo não poderia passar-se nos Estados Unidos, mas de facto tratava-se da invasão do Capitólio, o simbólico edifício que na cidade de Washington aloja o Congresso, isto é, as duas câmaras constitucionais - o Senado e a Câmara dos Representantes. É, portanto, a sede da Democracia americana. 
Ontem decorria a sessão presidida pelo vice-presidente Mike Pence, para confirmar os resultados eleitorais de 3 de Novembro passado, quando algumas centenas de desordeiros encorajados por Donald Trump invadiram o Capitólio, supostamente para impedir os trabalhos do Congresso. As cenas que vimos em directo mostravam um clima insurrecional que envergonha a América e faz rir o mundo. Houve quatro mortos e 52 pessoas foram detidas. Só depois o Congresso recomeçou os seus trabalhos, tendo formalmente declarado a vitória de Joe Biden e de Kamala Harris. 
Donald Trump perdeu mais uma tentativa para reverter a sua derrota eleitoral e continua a mostrar evidentes sintomas de demência ao não querer deixar a Casa Branca. O Partido Republicano e o seu vice-presidente abandonaram-no. As redes sociais suspenderam-lhe as contas. Muitas personalidades como Obama e George W. Bush condenaram-no e nem uma só voz respeitável apareceu a defendê-lo. Não se sabe se chegou a perguntar se Washington já estava a arder, mas o que se passou coloca Donald Trump numa galeria de gente que não merece o respeito de ninguém, tanto na América como no mundo.