sábado, 28 de setembro de 2013

Um telefonema que vai ficar na História

Ontem, os presidentes dos Estados Unidos e da República Islâmica do Irão, respectivamente Barack Obama e Hasan Rohani, tiveram uma conversa telefónica que durou 15 minutos e que muita imprensa destacou, como sucedeu com o diário nova-iorquino Newsday.
Desde a revolução islâmica de 1979, isto é, desde há 34 anos, quando o xá Reza Pahlevi foi derrubado e substituído pelo ayatollah Khomeini, que as relações entre os dois países tinham sido cortadas. Nessa altura, a revolução iraniana hostilizou os Estados Unidos pelo seu apoio ao regime do xá, assaltou a sua embaixada em Teerão e fez 52 reféns. Foi uma humilhação para os americanos e uma operação militar depois levada a efeito para os resgatar, veio a fracassar e apenas contribuíu para acentuar a conflitualidade entre os dois países. A tensão entre eles nunca mais se atenuou e a partir de 2005 agravou-se, quando foi eleito o presidente Mahamoud Ahmadinejad. O discurso anti-ocidental endureceu, especialmente contra Israel, tendo sido criado um programa de enriquecimento de urânio para produzir secretamente armas nucleares. O Irão parecia desafiar os americanos e os israelitas, que o passaram a considerar como uma ameaça à estabilidade e à paz naquela região, pelo que muitos analistas vaticinaram um eminente ataque americano ou israelo-americano às instalações estratégicas iranianas.
Porém, desde que no dia 3 de Agosto tomou posse o novo presidente Hasan Rohani, que tudo parece estar a mudar nas relações entre os Estados Unidos e o Irão. Não é importante saber de quem partiu a iniciativa, mas o telefonema que os dois presidentes ontem fizeram poderá vir a ser um dos mais importantes da História, se constituir um primeiro passo para o apaziguamento naquela tão sensível região do mundo. E talvez se evitem os erros cometidos no Iraque, na Líbia, na Síria...