Na passada
terça-feira ocorreu o trágico colapso da ponte Morandi, na auto-estrada A10, na
cidade italiana de Génova, quando a sua estrutura desabou sobre uma área
industrial de uma altura de 45
metros numa extensão de cerca de 200 metros , arrastando
um número ainda indeterminado de viaturas.
A ponte tinha
sido construida entre 1963 e 1967 e, supostamente, era objecto de regular
manutenção, mas um ministro veio acusar os concessionários das auto-estradas
italianas de que cobram as portagens mais caras da Europa, que recebem milhões,
que pagam poucos impostos e que nem sequer fazem a
manutenção necessária das pontes das auto-estradas.
O mundo
impressionou-se com o desastre que provocou quatro dezenas de vítimas e com as
imagens que viu na televisão e nos jornais, sobretudo aquelas que mostram uma
carmioneta de cor azul e carroceria verde dos supermercati Basko, cujo condutor conseguiu parar a escassos metros
do abismo e salvar-se.
O jornal italiano
La
Reppublica, assim como os grandes jornais internacionais, dedicaram as
primeiras páginas das suas edições de ontem à tragédia de Génova com
expressivas fotografias, enquanto os jornais portugueses preferiram destacar a
exibição de um futebolista de 19 anos chamado Edson Fernandes e, em alguns
casos, até ignoraram a notícia do desastre de Génova.
Como aqui temos
salientado várias vezes, os jornais e o jornalismo portugueses estão demasiado entregues a comissários e a estagiários. Vão de mal a
pior e, depois, queixam-se que não têm leitores...