Ao fim de três dias de negociações em
Genebra, o secretário de Estado norte-americano
John Kerry e o ministro dos Negócios Estrangeiros russo Sergei Lavrov, chegaram a
acordo sobre um plano que, para já, evita um ataque americano à Síria. Não
foram feitas declarações sobre quem utilizou armas químicas, a revelar que terão
sido usadas pelos dois lados do conflito, porque nas guerras modernas todos
combatem sem regras nem princípios humanitários. O governo sírio tem agora uma semana para
entregar todo o seu arsenal químico aos inspectores da ONU e deverá ser destruído até meados de 2014. Um passo em frente, mas apenas um passo.
O regime de Bashar al-Assad está satisfeito
com o acordo alcançado, a França e a China são alguns dos países que também o aplaudiram,
enquanto o Presidente Obama encontrou uma saída para a sua precipitada intenção
de lançar os Tomahawk sobre a Síria, contra os sentimentos da opinião pública
americana. Porém, o sentimento entre os apoiantes dos rebeldes é de desilusão
e, nessas condições, é preciso esperar para ver como vão correr as coisas. Os
negociadores frisaram que a solução para o problema sírio tem de passar pela
diplomacia e não por uma solução militar e esse reconhecimento é um elemento
importante para desenvolver os passos necessários no sentido da paz. Kerry e
Lavrov voltarão a encontrar-se no fim do mês com o objectivo de avaliar os
resultados já alcançados e para retomar os esforços comuns com vista à realização de uma conferência sobre a paz, que ponha termo
a uma guerra civil que já fez mais de 100 mil mortos em dois anos e meio.
A
fotografia destacada na edição de hoje do jornal Ouest France, "vale mais do que mil palavras", ao mostrar a evidente
boa disposição entre Kerry e Lavrov e é muito animadora quanto ao futuro da Síria e da brutal guerra civil que a destrói.
Então, é caso para perguntar, porque se demorou tanto tempo a perceber que a
solução é diplomática e não militar e não se
evitou a destruição de um país?