Em Abril de 2011, enquanto candidato
eleitoral, o actual primeiro-ministro afirmou que fez as contas e que estava em
condições de garantir que não seria preciso cortar salários nem fazer
despedimentos para consolidar as finanças públicas portuguesas. E disse
textualmente que "nós calculámos e estimámos e eu posso garantir-vos: não
será necessário em Portugal cortar mais salários nem despedir gente para poder
cumprir um programa de saneamento financeiro".
Mentiu descaradamente para
ganhar as eleições. Depois, veio a pressão da troika e dos especuladores financeiros nacionais e internacionais,
tendo o chamado processo de ajustamento sido transformado num doloroso processo
de destruição da nossa economia, com desemprego, empobrecimento, aumento da
dívida, saída para o estrangeiro e uma crescente perda de confiança no futuro.
Apesar destes resultados catastróficos, a saga continua com a insensibilidade
social de sempre, com a mesma descarada protecção à banca e com a habitual
humilhação imposta pelos credores. Não aprenderam a lição do passado e, quando
na televisão vemos a cumplicidade de sorrisos entre portas e albuquerques,
perdemos a última réstia de esperança. Até o pudor se acabou. Em vez de
reformarem o Estado, darem bons exemplos, acabarem com o exército de assessores
com que ocuparam o aparelho de Estado, renegociarem a dívida, cortar nos
privilégios da banca e dos “campeões nacionais”, decidem atacar os mesmos de
sempre – os funcionários públicos e os pensionistas. Cortam os salários e as
pensões e vão fazer despedimentos! Com crueldade. Há sempre uns irrevogáveis
sem dignidade prontos para tudo apoiar e também há uns rosalinos disponíveis para fazer estes trabalhos, porque o
incompetente e desorientado passos
nem coragem tem para aparecer. Realmente, é gente sem vergonha nenhuma!
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