Ontem foi o Dia Nacional da Catalunha – a
Diada – que todos os anos celebra o dia 11 de Setembro de 1714, a data em que
durante a Guerra da Sucessão Espanhola, a cidade de Barcelona e as tropas
catalãs se renderam às tropas castelhanas e francesas. O novo rei – Filipe V de
Espanha – incorporou então o território catalão no Reino de Espanha,
extinguindo todas as suas instituições políticas e impondo um processo de
repressão cultural. Pode afirmar-se que o actual independentismo catalão nasceu
nesse dia, mas que viveu clandestinamente durante quase três séculos.
Hoje, a
corrente independentista catalã tornou-se muito forte e assenta no princípio de
que a Catalunha é uma nação, por razões históricas, culturais e linguísticas,
mas também na afirmação de que a sua plenitude cultural, social e económica só
se alcançará quando se desligar do centralismo de Madrid e se separar da
Espanha. O independentismo catalão tem-se acentuado nos últimos anos, sobretudo
desde que a crise económica atingiu a região. Ontem, cerca de um milhão e meio
de pessoas participaram numa acção reivindicativa e de protesto, ao formar um cordão humano com
cerca de 400 quilómetros, desde o sul da Catalunha até à fronteira francesa, para
exigir um referendo à sua independência. Foi chamada a Via Catalã e toda a
imprensa espanhola a relatou, a confirmar que constituiu um êxito e um
verdadeiro desafio ao governo de Rajoy e, naturalmente, ao Rei que é o símbolo
da unidade da Espanha. As forças políticas independentistas exigem agora um
referendo, enquanto uma sondagem revela que 81% dos catalães desejam que a
consulta popular se realize, independentemente do seu sentido de voto e
52% se afirmem a favor da secessão. Porém, há várias "catalunhas" por essa Europa fora, além de que a União Europeia já fez saber que
uma Catalunha independente não tem assento imediato em Bruxelas.
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