terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

O entendimento entre Londres e Bruxelas

O antigo primeiro-ministro britânico David Cameron, quando pressionado pelo seu próprio Partido Conservador, decidiu realizar um referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia, que ficou conhecido por Brexit. A realização desse referendo foi aprovada pelo Parlamento Britânico, realizou-se no dia 23 de Junho de 2016 e, contra todas as previsões, deu a vitória ao sim com 51.8% dos votos. Como consequência, o Reino Unido deixou a União Europeia no dia 31 de Janeiro de 2020, depois de um longo e complexo processo de saída, em que intervieram os primeiros-ministros Theresa May (2016-1019) e Boris Johnson (2019-2022). Porém, ficaram alguns assuntos por resolver, designadamente os que se relacionam com a Irlanda do Norte, que é um território que, conjuntamente com a Inglaterra, a Escócia e o País de Gales, formam o Reino Unido. Esse território situa-se na vizinha ilha da Irlanda e tem uma fronteira de cerca de 500 quilómetros com a República da Irlanda, que faz parte da União Europeia.
Acontece que a pandemia do covid 19 e as medidas restritivas que se seguiram ao Brexit provocaram dificuldades diversas, que a recente crise da Ucrânia mais acentuou. Após mais de três anos de oficialização do Brexit, o Reino Unido e a União Europeia chegaram a acordo, ao estabelecerem uma espécie de “via verde” comercial entre a Irlanda do Norte (território do Reino Unido) e a República da Irlanda (membro da União Europeia), que permitirá eliminar o controlo das mercadorias nas suas fronteiras que tem vigorado até agora.
A imprensa inglesa, nomeadamente o jornal The Times, destacou esta notícia e publicou a fotografia dos sorridentes Rishi Sunak e Ursula von der Leyen. No entanto, há quem pense que o Brexit foi um grave erro e que, qualquer dia, o Reino Unido vai regressar à União Europeia e Rishi Sunak disse mesmo que este acordo “inaugura um novo capítulo nas relações do Reino Unido com a União Europeia”, que tão abaladas foram com o Brexit.