O antigo
primeiro-ministro britânico David Cameron, quando pressionado pelo seu próprio Partido
Conservador, decidiu realizar um referendo sobre a permanência do Reino Unido
na União Europeia, que ficou conhecido por Brexit. A realização desse referendo foi aprovada pelo Parlamento Britânico, realizou-se no dia 23 de
Junho de 2016 e, contra todas as previsões, deu a vitória ao sim com 51.8% dos
votos. Como consequência, o Reino Unido deixou a União Europeia no dia 31 de
Janeiro de 2020, depois de um longo e complexo processo de saída, em que
intervieram os primeiros-ministros Theresa May (2016-1019) e Boris Johnson
(2019-2022). Porém, ficaram alguns assuntos por resolver, designadamente os que
se relacionam com a Irlanda do Norte, que é um território que, conjuntamente
com a Inglaterra, a Escócia e o País de Gales, formam o Reino Unido. Esse
território situa-se na vizinha ilha da Irlanda e tem uma fronteira de cerca de
500 quilómetros com a República da Irlanda, que faz parte da União Europeia.
Acontece que a
pandemia do covid 19 e as medidas
restritivas que se seguiram ao Brexit provocaram
dificuldades diversas, que a recente crise da Ucrânia mais acentuou. Após mais de três
anos de oficialização do Brexit, o
Reino Unido e a União Europeia chegaram a acordo, ao estabelecerem uma espécie
de “via verde” comercial entre a Irlanda do Norte (território do Reino Unido) e
a República da Irlanda (membro da União Europeia), que permitirá eliminar o
controlo das mercadorias nas suas fronteiras que tem vigorado até agora.
A imprensa
inglesa, nomeadamente o jornal The Times, destacou esta notícia e
publicou a fotografia dos sorridentes Rishi Sunak e Ursula von der Leyen. No
entanto, há quem pense que o Brexit foi
um grave erro e que, qualquer dia, o Reino Unido vai regressar à União
Europeia e Rishi Sunak disse mesmo que este acordo “inaugura um novo capítulo nas
relações do Reino Unido com a União Europeia”, que tão abaladas foram com o Brexit.