As preocupações
ambientais não são um assunto recente, como por vezes parece. Já em 1988 as
Nações Unidas tinham criado um grupo de trabalho intergovernamental, aberto a
todos os seus Estados-membros, com o objectivo de monitorizar as informações de
ordem científica, técnica e socio-económica que pudessem contribuir para uma
melhor compreensão das ameaças ligadas ao aquecimento global resultante da acção
do homem. Esse grupo passou a denominar-se Groupe d'experts intergouvernemental sur l'évolution du climat (GIEC) ou Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) e
tem analisado os efeitos das mudanças climáticas nos oceanos e na criosfera
(gelo compactado, geleiras, calotas polares e solos congelados), tendo produzido
relatórios com regularidade. Um desses relatórios recentemente divulgado, provocou
algum alarme, sobretudo em França, ao estimar que o aumento do nível do mar até
2100 pode atingir 1,10
metros . Esta estimativa resulta do facto de, segundo o
relatório, entre Janeiro de 2008 e Janeiro de 2018, o nível médio do mar ter
subido 3,3 milímetros
por ano e 4,3
centímetros nesse mesmo período.
A subida dos
oceanos é uma das principais consequências do aquecimento global e, a médio
prazo, poderá fazer com que 280 milhões de pessoas sejam afectadas em
todo o mundo, porque vivem junto à orla costeira e, muitas vezes, em áreas
situadas abaixo do nível médio do mar.
O relatório do GIEC indica a França como
uma das regiões mais ameaçadas da Europa, sobretudo por efeito das inundações
costeiras e da erosão que provocam. Por isso, o jornal Le Dauphiné, que se
publica em Grenoble, foi um dos jornais franceses que deu notícia deste
relatório do GIEC, ilustrando a sua primeira página com uma sugestiva
ilustração que em que o nosso planeta está a ser inundado por efeito da subida dos
oceanos.