Hoje, em Nova
Delhi, o ministro francês da Defesa,
Jean-Yves Le Drian, assina um contrato de venda de 36 aviões Rafale do
fabricante francês Dassault Aviation, com um valor estimado de 7,8 mil milhões
euros, os quais serão construídos em França e entregues à Índia a partir de
2019. O jornal Sud Ouest dá um enorme destaque a esta notícia, pela sua importância
económica para a região da Aquitânia e em especial para Mont-de-Marsans, a principal base
das actividades da Dassault Aviation. Além disso, depois das encomendas do
Egipto e do Qatar, a Índia torna-se o terceiro cliente internacional do Rafale,
o que perspectiva um grande sucesso comercial para a indústria francesa e para o futuro da região de Bordéus.
O negócio da
venda de aviões à Índia, junta-se à venda de fragatas para o Catar, de submarinos para a Austrália, de helicópteros
de combate para a Polónia e o Kuwait e de satélites de observação militar para
o Egipto e para a Arábia Saudita, o que faz da França um dos maiores
actores no mercado mundial de armamento. Segundo foi divulgado, nunca a
França teve uma tão significativa actividade exportadora no sector do
armamento, o que também levanta o problema das contrapartidas, isto é, há
muitos países que não querem comprar apenas o material militar, mas que exigem a
formação de parcerias e a transferência de tecnologia. Essa é uma das grandes
dificuldades do negócio, não só porque os construtores pretendem proteger as
suas inovações nesta área que é muito competitiva, mas também porque a especialização
do emprego neste sector não o torna facilmente transferível para outro país. Actualmente a indústria francesa do armamento emprega
directa ou indirectamente cerca de 165 mil pessoas, com uma elevada percentagem
de profissionais altamente qualificados, mas prevê-se que serão criadas algumas
centenas de postos de trabalho nos próximos tempos.