Na sua edição de
hoje, o jornal O Globo que se publica no Rio de Janeiro, inicia uma reportagem
sobre “a guerra do Brasil”, que ilustra na sua edição online com um expressivo documentário de cerca de 14 minutos sobre
a violência no país.
A partir da
triste realidade de terem sido assassinadas 786 mil pessoas no Brasil entre
2001 e 2015, significando que nesse período se registou um homicídio em cada 10
minutos, a reportagem aborda este drama brasileiro ou esta guerra em que o
Brasil está envolvido.
Assim, a
reportagem considera que o número total de mortos na guerra da Síria (331 mil)
e na guerra do Iraque (268 mil), é inferior ao número de mortes por homicídio
ocorridos no Brasil nos últimos 15 anos, o que mostra que a violência mata mais
do que a guerra.
A violência no
Brasil tem crescido nos últimos anos a um ritmo mais intenso do que o próprio
crescimento da população e, em cada ano, já se contabilizam mais de 60 mil
homicídios, sendo no Estado do Rio de Janeiro que a situação é mais grave. Mesmo
nos países mais populosos do mundo, como a China ou a Índia, este drama não tem
a gravidade que está a ter no Brasil.
Embora esta situação resulte de factores
sociais muito diversos, incluindo a pobreza e a desigual distribuição do
rendimento nacional, a reportagem sugere que o fenómeno está relacionado com a
ausência de políticas públicas que tratem o problema da segurança em
articulação com as questões sociais da pobreza e da exclusão.
Porém, a instabilidade política no Brasil tem sido tão grande que é difícil imaginar o desenvolvimento de uma estratégia nacional contra a violência, tal como contra a pobreza, a fome ou a corrupção, porque todas essas estratégias obrigam a atacar as raízes dos problemas e, naturalmente, a atacar muitos interesses instalados.