No passado dia 8
de Março um juiz do Supremo Tribunal do Brasil de nome Edson Fachin, decretou a
anulação das duas condenações do ex-presidente Lula da Silva que, dessa forma,
viu serem-lhe restituídos todos os seus direitos políticos. Com essa decisão ficou
evidente que a Polícia Federal e o Ministério Público brasileiros cometeram
ilegalidades e exorbitaram na instrução do processo, pelo que a condenação de
Lula foi um instrumento de uma estratégia política para impedir a sua
candidatura à Presidência da República. O executante dessa estratégia foi o
juiz Sérgio Moro que, possivelmente como prémio, foi nomeado Ministro da
Justiça do governo de Jair Bolsonaro. A decisão agora tomada pelo Supremo
Tribunal Federal por oito votos contra três, veio confirmar a decisão do Juiz
Fachin.
Lula da Silva
governou o Brasil entre 2003 e 2010 e a sua acção foi reconhecida no plano internacional como muito positiva, mas veio a cumprir 580 dias de prisão entre Abril de 2018 e Novembro
de 2019, no contexto da Operação Lava Jato, que serviu para apoiar a eleição de
Jair Bolsonaro. Não sei o que poderá acontecer agora, mas com Bolsonaro em
brutal queda de popularidade, são muito fortes as hipóteses de Lula da Silva
voltar à Presidência do Brasil. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que
é provavelmente “o mais português dos presidentes do Brasil desde há muitos
anos”, já afirmou que em 2022 votará em Luiz Inácio Lula da Silva contra Jair
Bolsonaro porque o considera “menos ruim” e elogia Lula da Silva como um homem
“calejado pela vida” e que “não é nenhum principiante”, afirmando que “ele tem
jeito para a coisa. O Lula não é de esquerda nem de direita. O Lula é ele”.
A imprensa destaca esta decisão favorável a Lula que aparenta ser muito importante para o futuro. O Brasil está a
passar por uma grande crise sanitária, económica e de confiança, mas a decisão
agora tomada pelo Supremo Tribunal Federal abre um novo capítulo na sua
história.