quarta-feira, 31 de julho de 2024

Todo ambicionam medalhas olímpicas

Ao fim de cinco dias de provas olímpicas, as imprensas nacionais vão glorificando os seus atletas com noticiários e títulos que procuram ser mobilizadores para eles, para os seus patrocinadores e para os seus públicos. É assim em toda a parte.
Ontem o jornal francês Le Parisien escrevia que “les Bleus sont chauds”, enquanto o espanhol Marca anunciava que “España ruge”, o italiano La Stampa escrevia “Regina di spada”, o New York Post escolhia como título “Golden girls” e o Correio Braziliense escrevia apenas “Gigantes”. Neste contexto informativo excessivamente desportivo e demasiado laudatório, o noticiário sobre o que se passa na Venezuela, na Ucrânia, em Gaza ou no Líbano, torna-se absolutamente marginal, embora as diferentes situações continuem a ser preocupantes.
O facto é que as competições da 33ª Olimpíada vão decorrendo como se o mundo vivesse tempos gloriosos de paz e de concórdia, enquanto Emmanuel Macron vai aproveitando esta anestesia que está a acalmar os franceses, para se recompor dos seus desaires políticos.
A França tem estado à altura deste grande desafio e, enquanto país organizador, tem tido assinalável sucesso desportivo. O medalheiro deste episódio olímpico designado como Paris 2024 vai sendo preenchido e, nesta altura, já há 40 países que ganharam medalhas, dos quais 21 ganharam medalhas de ouro. Todos ambicionam medalhas olímpicas, mas a China, a Austrália e o Japão já estão na frente, enquanto os portugueses ainda esperam com alguma impaciência para ver a sua bandeira ser hasteada no mastro do pódio olímpico e ouvir A Portuguesa.