Ao fim de cinco
dias de provas olímpicas, as imprensas nacionais vão glorificando os seus
atletas com noticiários e títulos que procuram ser mobilizadores para eles,
para os seus patrocinadores e para os seus públicos. É assim em toda a parte.
Ontem o jornal
francês Le Parisien escrevia que “les Bleus sont chauds”, enquanto o
espanhol Marca anunciava que “España
ruge”, o italiano La Stampa escrevia
“Regina di spada”, o New York Post
escolhia como título “Golden girls” e o Correio
Braziliense escrevia apenas “Gigantes”. Neste contexto informativo excessivamente
desportivo e demasiado laudatório, o noticiário sobre o que se passa na
Venezuela, na Ucrânia, em Gaza ou no Líbano, torna-se absolutamente marginal,
embora as diferentes situações continuem a ser preocupantes.
O facto é que as
competições da 33ª Olimpíada vão decorrendo como se o mundo vivesse tempos
gloriosos de paz e de concórdia, enquanto Emmanuel Macron vai aproveitando esta
anestesia que está a acalmar os franceses, para se recompor dos seus desaires
políticos.
A França tem
estado à altura deste grande desafio e, enquanto país organizador, tem tido
assinalável sucesso desportivo. O medalheiro deste episódio olímpico designado
como Paris 2024 vai sendo preenchido e, nesta altura, já há 40 países que
ganharam medalhas, dos quais 21 ganharam medalhas de ouro. Todos ambicionam medalhas olímpicas, mas a China, a Austrália
e o Japão já estão na frente, enquanto os portugueses ainda esperam com
alguma impaciência para ver a sua bandeira ser hasteada no mastro do pódio
olímpico e ouvir A Portuguesa.