sábado, 16 de novembro de 2019

Alguma Espanha está muito desconfiada


A Espanha está suspensa do pré-acordo a que chegaram o PSOE e o Podemos para formar um governo de coligação, embora ainda lhes faltem alguns apoios parlamentares vindos dos pequenos partidos, seja por via de votos favoráveis, seja por via da abstenção.
Por uma questão de filosofia política, mas também para assegurar os apoios de que carece, o futuro governo vai certamente aumentar a despesa pública e, em especial, as despesas sociais. Os partidos da oposição e muitos agentes económicos vêm anunciando preocupações pelo ritmo insustentável do crescimento da despesa pública que se adivinha, cuja contrapartida terá que vir do aumento dos impostos. Além disso, consideram que o pré-acordo que foi assinado dá excessivos poderes ao Podemos de Pablo Iglésias, que quer controlar 16.500 milhões de euros da despesa pública, segundo revela o jornal el Economista.
Nos sectores políticos da direita afirma-se que “no hay suficientes ricos en España para los disparates de Podemos”, o que até está em linha com o pensamento expresso por Pedro Sánchez quando há poucos meses disse que  no dormiría tranquilo si tuviera en el Gobierno a Pablo Iglesias”. Portanto, com estes exercícios de malabarismo político de Sánchez e de populismo de Iglésias, há quem já chame ao governo em formação “un Gobierno Frankenstein de izquierdas”, um pouco ao estilo da geringonça portuguesa. Segundo o jornal já referido, milhares de contribuintes temem por uma forte subida dos impostos e há uma avalanche de consultas para levar as suas fortunas para Portugal. No entanto, como se costuma dizer por cá, a procissão ainda vai no adro e muita água ainda vai correr por debaixo das pontes.