Diz-se que o futebol é uma tribo e, na lusitana tribo do futebol, ele tornou-se o chefe tribal ou o cacique, não lhe faltando uma reverente corte de aios e de lacaios, todos bem sentados nas suas poltronas e, naturalmente, com as suas continhas de remunerações, deslocações, reuniões e refeições, sempre em dia.
É um cromo indispensável na minha colecção. Antes de atingir a proeminente posição que hoje ocupa na futebolia portuguesa, passou pela política, pelo dirigismo desportivo e pela vida empresarial, ou seja, jogou à defesa e ao ataque, no meio campo e na grande área. Porém, a sua verdadeira vocação não era dentro das quatro linhas, mas nos bastidores ou, talvez mesmo, no banco.
Tem gostado muito deste emprego e está lá, de pedra e cal, desde 1996, sem que ninguém lhe mostre cartões amarelos ou vermelhos. Joga como quer e sempre com um ar de satisfeito consigo mesmo.
Eu sei pouco de arbitragem, mas este homem está off-side, há tanto tempo.