A Europa vive
tempos muito difíceis e o jornal catalão Ei Punt Avui, na primeira página da
sua edição de hoje, publica as imagens de cinco líderes europeus e, como
manchete, escolhe a frase “luta pelo poder na UE”. Depois, o jornal acrescenta
que a União Europeia acusa falta de liderança num contexto marcado pela guerra
na Ucrânia, pela debilidade do eixo franco-alemão, pela ascensão da
extrema-direita e pelo regresso de Donald Trump.
São tudo verdades
inquestionáveis e preocupantes mas que, lamentavelmente, não têm sido tratadas
pelos meios de comunicação europeus com o destaque que se justifica. A União
Europeia bem procura mostrar uma unidade que na realidade não existe, porque as
nacionalidades e os nacionalismos persistem, gerando egoismos e rivalidades, com
cada estado-membro a procurar sobrepor os seus interesses aos dos seus
parceiros. O projecto europeu de paz, de progresso e de solidariedade que
nasceu com o Tratado de Roma, está a dar lugar a um projecto geopolítico
dirigido por Ursula von der Leyen que, em vez de se preocupar com os problemas
dos europeus e procurar arbitrar os conflitos em curso, tem optado por dar todo
o seu apoio aos regimes de Kiev e de Telavive, o que claramente serve o
complexo militar-industrial e enfraquece a Europa. Macron é uma tristeza para os franceses. Scholz é uma desilusão para os alemães.
Encravada entre a
meteórica ascensão da Ásia e o poderio existente do outro lado do Atlântico, a
Europa está a tornar-se cada dia mais irrelevante no mundo, com menos paz,
menos progresso e menos solidariedade, mas também com menos prestígio na
comunidade internacional. O que se pode dizer da Europa do declínio, do
envelhecimento, da pobreza, da imigração, da recessão económica, das vaidades e de tantos
outros problemas, é que o rei vai nu…