quinta-feira, 4 de abril de 2024

Israel ignora todas as linhas vermelhas

Nos conflitos que actualmente estão a devastar a Ucrânia e a Faixa de Gaza têm acontecido alguns excessos que violam as leis da guerra e constituem violações dos direitos humanos, o que é de lamentar mas que é normal acontecer em todas as guerras. Daí que surjam as frequentes acusações de crimes de guerra, fundamentadas ou não fundamentadas, embora muitas delas se enquadrem nas políticas de propaganda para atacar o adversário. Porém, no caso do conflito da Ucrânia e apesar de até haver ameaças nucleares, parece haver alguma contenção, ou um quase acordo de cavalheiros, parecendo estar assumidas algumas linhas vermelhas pelos contendores. Em relação ao conflito na Faixa de Gaza a situação é bem diferente, com os israelitas a ser condenados universalmente pela violência com que estão a punir o povo palestiniano, com quotidianos massacres, com a destruição das suas cidades e com a política de genocídio que estão a conduzir.
Os israelitas nunca respeitaram as resoluções condenatórias das Nações Unidas e, nesta altura em que são governados por Benjamin Netanyahu e pelos seus aliados da extrema-direita radical, decidiram atacar o consulado do Irão em Damasco, a capital da Síria. Antes, já a aviação israelita voava sobre o Líbano e a Síria, atacando o grupo armado libanês Hezbollah e os Guardas da Revolução Iraniana, ambos aliados do presidente sírio Bashar al-Assad, o que nada prenunciava de bom.
O ataque israelita a uma instalação diplomática iraniana, tal como o ataque a trabalhadores humanitários em Gaza, foram demasiado graves e significam uma escalada na conflitualidade no Médio Oriente, pelo que o Irão tratou de anunciar que este ataque “não ficará sem resposta”. O caso é muito sério e poucos jornais o analisaram. O jornal londrino The Times foi uma excepção.