Roger Federer
anunciou ontem, aos 41 anos de idade, o fim da sua carreira como tenista
profissional e vários jornais mundiais destacaram essa notícia, num dia em que
outras coisas importantes aconteciam no mundo, desde Londres, onde decorrem as
cerimónias fúnebres de Isabel II, até Samarkand, no Uzbequistão, onde Xi
Jinping e Vladimir Putin se encontraram.
O jornal L’Équipe
dedicou a sua primeira página ao tenista suiço e não hesitou em escolher um
título de primeira página que, nas actuais circunstâncias que se vivem no Reino
Unido, parece pouco oportuno pois minimiza ou ridiculariza os sentimentos de 70
milhões de britânicos e de muitos milhões de canadianos, australianos,
neozelandeses e muitos mais. De resto, os jornais desportivos são useiros e
vezeiros no uso desproporcionado de frases ou adjectivos: um guarda-redes que
defende um penalti é um génio, um
avançado que marca um golo é um herói
e uma equipa que ganha pela primeira vez concretiza um feito histórico.
À margem deste
comentário há que salientar a singularidade de Roger Federer que, apesar de
igualado ou superado nos courts por
Rafael Nadal e Novak Djokovic, foi sempre o eleito do público pelo seu ténis,
as suas atitudes e a sua elegância desportiva. Venceu o seu primeiro torneio
ATP em 2001 e o último em 2019, o que lhe dá um record de longevidade e fez com
que durante a sua carreira, tivesse defrontado Djokovic cinquenta vezes e Nadal
quarenta. Durante a sua carreira venceu 103 torneios ATP, incluindo vinte Grand
Slam e, entre 2004 e 2018, esteve 310 semanas como número um do ranking mundial.
Foi um Mestre. God save
the Master!