segunda-feira, 3 de outubro de 2022

O Brasil adiou a sua escolha presidencial

Com grande tranquilidade e sem que tenham sido registadas quaisquer ocorrências significativas, a primeira volta das eleições presidenciais brasileiras decorreu ontem e contrariou as sondagens, pois embora Lula da Silva tivesse obtido 48,42% dos votos contra 43,21% de Jair Bolsonaro, a diferença de cerca de 5% é bem menor do que aquilo que as sondagens previam.
Afinal, o eleitorado não mandou o Jair para casa como previram algumas sondagens e, pelo contrário, deixou-o com um esperançoso resultado. Os dois candidatos mais votados recolheram cerca de 91% da totalidade dos votos expressos, o que mostra a enorme polarização do eleitorado brasileiro. Perante estes resultados o jornal Estado de Minas de Belo Horizonte, destaca que o Brasil é “um país dividido” e mostra um mapa em que essa divisão é bem evidente. Temos, portanto, uma segunda volta que se disputará no dia 30 de Outubro entre Lula da Silva e Jair Bolsonaro e, de acordo com o que foi expresso pela generalidade dos comentadores, o que vai acontecer é imprevisível e a vitória pode chegar a qualquer dos dois candidatos.
Estão a ser feitas as mais diversas análises quanto ao que vai acontecer, pois Lula conseguiu 57 milhões de votos contra 51 milhões de Bolsonaro, mas essa diferença de mais de cinco milhões de votos não garante a sua eleição. A partir de agora vão ser disputados os cerca de nove milhões de votos que foram entregues aos candidatos Simone Tebet e Ciro Gomes e, também, os votos dos 32 milhões de abstencionistas, isto é, há cerca de quarenta milhões de votos que os dois candidatos irão agora procurar atrair.
O que parece não haver dúvida é que vão ser quatro longas semanas de intensa luta política, de ameaças, de insultos, de ódios e de radicalização da sociedade brasileira.