terça-feira, 8 de janeiro de 2013

2013: ainda há “jobs for the boys”

Hoje, o Diário da República, 2.ª série — N.º 5 (Parte C) inclui 26 despachos de nomeação assinados pelo Secretário de Estado da Cultura, que nomeiam outras tantas pessoas para exercer funções no seu gabinete, incluindo 3 adjuntos, 5 técnicos-especialistas, 3 motoristas, 2 secretárias pessoais e mais 13 pessoas. Lê-se e quase não se acredita. 
É com este tipo de opções que se consome o Orçamento do Estado e que não se consegue controlar o défice público. Um gabinete de um Secretário de Estado, mesmo que se trate de pessoa competente como parece ser o caso, não pode ter tanta gente a consumir recursos orçamentais, quer seja para fazer trabalho que compete às direcções-gerais, quer seja para alimentar clientelas ou, até, o próprio ego de um deslumbrado e ambicioso governante. São, evidentemente, "jobs for the boys". É um caso surpreendente de despesismo e de exibicionismo, infelizmente igual a muitos outros que acontecem nos gabinetes ministeriais, numa altura em que o governo avançou com o “napalm fiscal”, ao lançar um brutal aumento de impostos sobre os trabalhadores e os pensionistas. Todos recordamos que o governo chegou ao poder em 2011 com um discurso de combate às “gorduras do Estado” e, nesse sentido, uma boa parte destas 26 nomeações premeia os “boys”, mas apenas serve para aumentar essas mesmas gorduras.
É lamentável que muitos dos nossos governantes não conheçam a dura realidade que está a afectar os portugueses, nem saibam como é importante o bom exemplo da contenção como factor de mobilização nacional e de restauro da confiança.

Messi – the best foot-player of the year

A FIFA realizou ontem em Zurich a noite de gala do futebol europeu, escolhendo os melhores e Leonel Messi foi eleito, pela quarta vez consecutiva, o melhor futebolista do mundo. Eu não votei mas certamente também votaria nele, embora em Portugal houvesse algumas espectativas quanto à possibilidade de que o eleito tivesse sido Ronaldo, porque também é um grande futebolista e, em 2012, terá tido mais êxitos desportivos do que o seu rival argentino. Há quem diga que Ronaldo é o “melhor do mundo”, mas essas mesmas pessoas também dizem que Messi é o melhor “do outro mundo”.
Em todo o planeta não existe nenhum outro cidadão português tão conhecido como Ronaldo e, o facto de ser o segundo melhor futebolista do mundo, é motivo suficiente de contentamento para os portugueses e de incentivo para o próprio jogador, até porque a escolha é um processo muito subjectivo que não é isento de influências externas. Messi beneficiou de uma intensa campanha de promoção, construída a partir da imprensa de Barcelona que, quase diariamente, publicava o seu elogio e a sua fotografia, havendo quem opine que essa promoção está associada às reivindicações independentistas catalãs.  
Desta vez também foi escolhida a “equipa do ano”. São 11 futebolistas que jogam em Espanha. Foi a apoteose da Liga Espanhola, como titula a Marca. São 6 espanhóis, dois brasileiros, um argentino, um colombiano e um português. Cinco deles jogam no Barcelona e cinco no Real Madrid. Nenhum joga na Inglaterra, na Alemanha ou na Itália, o que é muito estranho e parece mostrar como a FIFA está “colonizada” pelos interesses futebolísticos espanhóis. A FIFA e os seus critérios parece terem cedido à espanholização.