O
referendo sobre a independência da Escócia realiza-se na próxima 5ª feira e a
revista The Economist escolheu uma sugestiva imagem para ilustrar a
capa da sua última edição, sugerindo que a escolha dos escoceses pode ditar a
independência da Escócia e o fim do Reino Unido. Se a escolha for a
independência, será aberta uma série de problemas políticos, monetários,
económicos, culturais e até militares, não só nas Ilhas Britânicas, mas também,
embora em menor escala, na União Europeia e no mundo. As campanhas a favor do Sim e a favor do Não foram longas e terão permitido que os escoceses se tivessem
preparado para fazer as suas opções. Avaliaram. Ponderaram. Mediram os prós e
os contras da sua decisão. O resultado interessa não só aos escoceses, mas
também a todos os que se habituaram a ver a Union
Jack como um símbolo de poder no mundo. Além disso, o resultado que se
verificar na Escócia interessa sobremaneira a diversas regiões europeias que
aspiram a um estatuto de independência, podendo refrear ou incentivar essas suas
aspirações. Porém, as independências já não são o que eram e é curioso verificar
como muitos escoceses não querem a tutela de Londres e desejam a tutela de
Bruxelas e dos seus burocratas, exactamente como muitos catalães aspiram à
tutela de Bruxelas em vez da obediência a Madrid. O que acontecer na próxima 5ª
feira na Escócia, vai ser seguido atentamente em diversas regiões da Espanha,
da Itália, da Bélgica, da França e até da Ucrânia. É um momento importante da
construção (ou da desconstrução) europeia.