Napoleão
Bonaparte morreu no dia 5 de Maio de 1821 em Longwood na ilha de Santa Helena,
onde se encontrava deportado desde que fora derrotado no dia 18 de Junho de
1815 pelas tropas inglesas e prussianas em Waterloo. Tinha 51 anos de idade e hoje
perfazem-se 200 anos sobre a sua morte.
Nascido em 1769 na
cidade de Ajaccio, na Córsega, veio a ser admitido na École Militaire em 1784 e,
quando em 1789 eclodiu a Revolução Francesa, tinha vinte anos de idade e era oficial
de artilharia no exército francês. Aproveitou as oportunidades que a revolução
lhe proporcionou e com 24 anos foi promovido a general. Como referiu um jornal
francês, Napoleão ganhou 77 das 86 batalhas que travou, o que representa um índice
de sucesso militar sem paralelo na história. Considerado um militar de génio,
tornou-se imperador dos franceses de 1804 a 1814 e, por cem dias, em 1815.
O presidente
Emmanuel Macron evocou a efeméride de uma forma bem simples e discreta, colocando
uma coroa de flores no seu túmulo, evitando envolver-se na polémica que estava
a dividir os franceses, pois enquanto uns queriam uma celebração com pompa e
circunstância para enaltecer o homem e o império que dominaram grande parte da
Europa continental, outros entendiam que o legado napoleónico está manchado por
belicismo, por violações de direitos humanos e por desrespeito dos tratados
internacionais, além de que Napoleão era um megalomaníaco que causou mais miséria
do que qualquer homem até ao aparecimento de Hitler. Além disso, muitos países desde o Egipto a Portugal, foram vítimas da pilhagem das tropas napoleónicas, que levaram tudo o que encontraram de valor nas igrejas e nos palácios.
O jornal La Dépêche
du Midi que se publica em Toulouse, perguntava na sua edição de hoje se os franceses devem celebrar
Napoleão. A resposta a estas questões não é simples. A interpretação do passado
e dos seus protagonistas terá que ser decidida por cada comunidade concreta em
função dos seus valores históricos e culturais, não podendo ser feita em função
das circunstâncias e dos valores do presente, nem por cedência a minorias
activas de qualquer sinal.