O Brasil escolheu
ontem o seu 38º Presidente da República e o escolhido foi Jair Bolsonaro com
55% dos votos. Foi uma vitória expressiva e o discurso de vitória surpreendeu
pela moderação, pelo anúncio da defesa da Liberdade e da Democracia e,
naturalmente, pelo apelo à reconciliação nacional, depois de uma campanha
eleitoral quezilenta que acentuou rivalidades e despertou ódios.
Todos os grandes
jornais internacionais noticiaram a vitória de Jair Bolsonaro e o jornal
espanhol ABC escolheu para título da sua primeira página a sugestiva
frase “Brasil elege o seu Trump”. Portanto, a norte teremos o Donald e, a sul,
vamos ter o Jair, enquanto entre eles estará o Maduro.
O futuro não vai
ser nada fácil porque o país está dividido e Jair Bolsonaro não parece ter
capacidade política, nem qualidades pessoais, nem tão pouco o carisma
necessário para unir os brasileiros. Há 60 milhões de brasileiros que esperam grandes coisas do novo presidente, mas há 47 milhões de eleitores que não
votaram em Bolsonaro e essa enorme massa de potenciais contestatários vai
exigir muita prudência e muita habilidade política por parte do novo presidente,
que vai ter enormes dificuldades para levar por diante as suas promessas. Significa
que o discurso extremista da campanha eleitoral terá que ser atenuado e que muitas
das ameaças feitas têm que ser esquecidas, em nome da paz social, da tolerância
e do progresso. Nesta margem do Atlântico oriental, onde já vivem e trabalham
tantos brasileiros, todos iremos torcer para que o Brasil ultrapasse
rapidamente a difícil situação de crise política e social em que se encontra e possa ter êxito no combate à violência e à insegurança, à corrupção e à pobreza, que têm sido as marcas mais negativas do país nos últimos anos. Vamos esperar para ver.