domingo, 25 de abril de 2021

Viva a Liberdade. Viva o 25 de Abril

Celebram-se hoje 47 anos sobre o dia 25 de Abril de 1974. Nesse dia, a que Sofia de Mello Breyner chamou “o dia inicial inteiro e limpo”, caiu o regime nascido do movimento de 28 de Maio de 1926, que se fortalecera com o poder pessoal e não democrático de Salazar, que viria a conservar-se no poder e a impor um regime de clausura durante mais de quatro décadas. Esse regime reprimia as liberdades, cultivava o analfabetismo e o obscurantismo da população, gerara o empobrecimento do país, impulsionara a emigração e tinha provocado o isolamento internacional de Portugal, ao prosseguir teimosamente e contra os ventos da história, uma política colonial e uma dura guerra em três frentes de luta. Era o “Portugal Amordaçado” de Mário Soares e “O Império com pés de barro” de José Freire Antunes.
O 25 de Abril foi “a madrugada que eu esperava”, como também escreveu Sofia, foi a grande festa da libertação e teve um apoio popular extraordinário. O antigo regime não teve quem o defendesse e caiu de podre. Foi um dia inesquecível para quem teve o privilégio histórico e emocional de o viver, porque devolveu a liberdade aos portugueses e acabou com treze anos de guerra, daí resultando o fim do mais antigo império colonial da história moderna e a conquista da liberdade e da independência pelos povos das colónias portuguesas. Acabou também com a PIDE, a zelosa polícia que oprimia pelo medo, que perseguia os cidadãos sempre suspeitos de atentarem contra a segurança do Estado, a quem torturava e metia na prisão arbitrariamente e sem quaisquer garantias de defesa. O 25 de Abril permitiu que o mundo abrisse as suas portas ao novo Portugal e, em especial, levou a que fosse possível a integração no espaço económico e social que hoje constitui a União Europeia.
O 25 de Abril cumpriu as suas grandes propostas – democratizar, descolonizar, desenvolver    continuando a ser uma data de que os portugueses se orgulham.
Viva o 25 de Abril!