Os Jogos Olímpicos de Londres chegaram ao fim e, para além do seu enorme sucesso desportivo, também foram um grande sucesso organizativo e mediático, conforme atestaram as imagens que diariamente nos chegaram através da televisão. Tal como acontecera com a imponente cerimónia de abertura, também a cerimónia de encerramento foi grandiosa e inesquecível. Os ingleses brilharam.
Uma primeira análise à participação portuguesa deixa um certo sentimento de frustração ao verificamos que no ranking final das medalhas ocupamos um modesto 69º lugar, apenas com a medalha de prata conquistada por Fernando Pimenta e Emanuel Silva na prova de canoagem (K2 - 1.000 metros). O chefe da missão olímpica portuguesa classificou de “muito positiva” a participação nos Jogos Olímpicos, mas essa declaração é muito exagerada, pois ficamos aquém das expectativas e dos resultados que obtivemos em Atenas e Pequim.
Segundo um estudo da agência Lusa, o investimento do Estado português na preparação e participação olímpica ascendeu a 15,1 milhões de euros, estimando-se que ao longo de quatro anos foi investida uma média de 196 mil euros por cada um dos atletas presentes em Londres, mas os resultados obtidos limitaram-se a um segundo, dois quintos, dois sextos, dois sétimos e três oitavos lugares. Esperava-se mais com esse nível de investimento? Não sei. Desconheço a correlação existente entre o investimento e os resultados desportivos obtidos, mas era desejável que fosse conhecida e comparada internacionalmente para tirarmos as nossas próprias conclusões. Da mesma forma era desejável que se conhecessem os critérios utilizados para atribuir bolsas e apoios aos atletas e a razão para haver tantos convidados “pendurados” na delegação olímpica portuguesa. Finalmente, um justo aplauso para o remo, a canoagem e o ténis de mesa que, estando sempre fora da atenção dos nossos media, tiveram prestações excelentes. Adeus Londres. O Rio já espera por nós!