Numa conferência
proferida há dois dias e que foi divulgada pela
revista Visão, o professor Adriano
Moreira afirmou que “a maior ameaça actual ao mundo é a incultura e a
leviandade do Presidente dos Estados Unidos”. Esta afirmação, feita por alguém
cuja lucidez e sabedoria são bem reconhecidas nos meios políticos
e académicos, revela que o comportamento de Trump é um problema global e não é apenas
um caso muito preocupante para os americanos e para os seus aliados.
Por isso, com uma
maioria de 232 votos contra 196, os congressistas da câmara baixa do Congresso ou
Câmara dos Representantes dos Estados Unidos acabam de formalizar um processo
de impugnação (impeachment) contra o
presidente Donald Trump, o que é um acontecimento histórico por ser a quarta
vez em 230 anos que o Congresso chega tão perto de uma acusação e julgamento de
um presidente dos Estados Unidos. No entanto, este problema acontece não só devido
à má gestão e à impreparação de Trump para o cargo, mas também porque se
aproximam eleições presidenciais e é o tempo para os Democratas e os
Republicanos “contarem espingardas”, sucedendo-se os testemunhos favoráveis ou
desfavoráveis à actuação presidencial do Donald.
Porém, mesmo que
a Câmara dos Representantes venha a acusar o Donald de “crimes graves”, é muito
provável que ele não seja condenado por essa acusação quando o processo subir
ao Senado, pois seria necessária uma maioria de dois terços (67 senadores) e o
Partido Democrata só pode contar, à partida, com 47 votos. Portanto, a impugnação
pode acontecer, mas daí à destituição vai uma grande distância.