Terminaram ontem
em Berlin os XXIV Campeonatos da Europa de Atletismo e aconteceu que o atleta
português Nélson Évora triunfou na prova do triplo-salto com a marca de 17,10 metros . Os
jornais desportivos não deram grande destaque a este feito atlético pois
começara o futebol, mas o Público percebeu o significado desta
vitória para a auto-estima nacional e deu-lhe o devido destaque.
Nélson Évora tinha
vencido o tripo-salto nos Campeonatos do Mundo de 2007 em Osaka e em 2008 tornou-se
campeão olímpico nos Jogos Olímpicos de Pequim, onde se afirmou como o quarto atleta
português a trazer uma medalha de ouro para Portugal. Passaram-se dez anos e
muitas lesões e já poucos acreditavam no atleta português mas, aos 34 anos de
idade, Nélson Évora superou-se e ganhou a sua prova, batendo um cubano que a organização
aceitou a concorrer pelo Azerbaijão. De resto, está
a ser uma prática muito frequente a “compra” de atletas que, num verdadeiro
processo de mercenarismo ou de nova escravidão atlética, são aceites nas
competições internacionais a concorrer por quem lhe paga mais. Uma vergonha
para o desporto e para os seus ideais!
Quanto a Nélson Évora temos que com o seu brio e esforço se tornou campeão
europeu, depois de ja ter sido campeão do mundo e campeão olímpico.
Nestes campeonatos disputados em Berlin também houve uma outra
medalha de ouro ganha por portugueses, pois Inês Henriques tinha arrecadado o
primeiro lugar nos 50
quilómetros marcha. Com estes dois resultados, Portugal
fixou-se no 11º lugar do medalheiro destes campeonatos, o que é digno de nota e
se aplaude.