O diário catalão el Periódico inclui hoje na sua
primeira página, com grande destaque, uma reportagerm sobre a coesão
territorial espanhola e os resultados de cerca de 35 anos de descentralização
autonómica.
Nos termos da sua Constituição de 1978 a Espanha adoptou uma organização
territorial que declara a unidade da nação espanhola e garante o direito à
autonomia das diferentes nacionalidades e regiões que a integram e a
solidariedade entre todas elas. Assim se constituiram 17 comunidades autónomas formadas
por uma ou mais províncias e duas cidades autónomas. Com a integração europeia
concretizada em 1986 em simultâneo com a integração portuguesa, a Espanha aspirava
a uma maior coesão territorial das suas regiões ou comunidades e à redução do fosso
entre comunidades ricas e comunidades pobres.
Porém, depois de trinta anos de
descentralização autonómica e de integração europeia, de redistribuição fiscal
por via de diferentes mecanismos, de investimento público e de absorção de
imensos fundos de coesão e de fundos estruturais, as desigualdades entre as
comunidades espanholas mantiveram-se ou acentuaram-se. O jornal analisa
diferentes variáveis, incluindo o emprego, o investimento, as despesas com
educação e saúde e, em todas elas, se verifica que a Espanha das autonomias
navega a diferentes velocidades.
Provavelmente, a mais significativa de todas essas variáveis será o PIB per capita de cada comunidade, que vai desde 30.284 euros na Comunidade de Madrid até aos 15.437 euros na Extremadura. O diferencial entre essas duas comunidades, no ano de 1980, era de 9.814 euros mas hoje é de 15.156 euros.
Provavelmente, a mais significativa de todas essas variáveis será o PIB per capita de cada comunidade, que vai desde 30.284 euros na Comunidade de Madrid até aos 15.437 euros na Extremadura. O diferencial entre essas duas comunidades, no ano de 1980, era de 9.814 euros mas hoje é de 15.156 euros.
Como salienta o
jornal, a “España se quiebra y no por Catalunya”, mas por causa da coesão territorial que é, ou deveria ser, um dos grandes objectivos do Tratado de Roma e da política comunitária europeia. Pensemos que ao menos não se quiebre a coesão nacional, que hoje assenta no Rei, na selecção roja e em pouco mais.