sábado, 9 de abril de 2022

A França e a incerteza das suas eleições

A edição de hoje do jornal Le Figaro dedica a sua primeira página às eleições presidenciais francesas que se realizam amanhã e escolheu como título “A França na hora da escolha”, enquanto ilustra a notícia com uma fotografia onde se podem ver os cartazes dos doze candidatos presidenciais que vão a votos. As últimas sondagens que se conhecem vieram aumentar a incerteza quanto aos resultados esperados, até porque há cada vez mais gente a desconfiar de sondagens.
O actual presidente Emmanuel Macron, que liderava destacado nas intenções de voto, vem perdendo espaço nas sondagens, enquanto Marine Le Pen se vem aproximando da linha da frente nas intenções de voto. Os últimos resultados apontam para 27% para Macron, 24% para Marine Le Pen, 17% para Jean-Luc Mélenchon e 9% para Eric Zemmour, o que no quadro das margens de erro destas sondagens significa a incerteza. No entanto, há sondagens que dão esses dois candidatos, do centro e da extrema-direita, separados apenas por 2%. 
Essa incerteza quanto ao vencedor da 1ª volta, não se coloca em relação aos candidatos que disputarão a 2ª volta no dia 24 de Abril, podendo afirmar-se com segurança que serão Macron e Le Pen. Significa, assim, que Macron e Le Pen irão retomar o combate que disputaram na 2ª volta das eleições presidenciais de 7 de Maio de 2017, quando Macron obteve 66% e Le Pen 33%. Agora, as sondagens apontam para um resultado favorável para Emmanuel Macron apenas com 52%, o que significa incerteza, mas também que, apesar dos seus cinco anos no Eliseu, não conquistou a popularidade nem a confiança dos franceses.
Quanto à importância destas eleições para a França, para a Europa e até para a paz no mundo, ninguém tem dúvidas.