O
Venerando Chefe do Estado (VCE) junta anualmente os seus escritos num livro
chamado Roteiros e, no dia em completou dois anos do seu segundo mandato,
decidiu divulgar o prefácio do seu Roteiros VIII. É um texto que está disponível
na internet, que ocupa 10 páginas e que utiliza 5611 caracteres. É um texto bem pensado por alguém que parece ser assessor do governo, mas é um texto frustacional,
como diria a nossa parlamentar inconseguida.
De facto, no momento em que continuamos a atravessar uma grave crise - ao fim de três anos de troika e de arrogância política da dupla passos-portas, aumentou a dívida, o desemprego, o desespero, a pobreza, a emigração, a insegurança e as falências – era de esperar e era necessário que o VCE produzisse um texto mobilizador das nossas energias mas, em vez disso, aparece-nos um texto economicista, narcísico e autojustificativo de um homem que tem estado no poder desde há muitos anos, mas que parece viver noutro país. Acena-nos com austeridade e sacrifícios até 2035 para satisfazer as exigências dos abutres, com a desculpa das novas regras europeias da disciplina orçamental. Assume-se como um mero espectador na triste realidade que nos é imposta por um grupo de fanáticos internos e externos, quando todos desejaríamos que fosse um referencial de esperança ou o provedor dos mais desfavorecidos. Foi ele que em tempos anunciou a sua oposição ao corte dos subsídios de férias e de Natal aos funcionários públicos porque, dizia, “há limites ao sacrifício que se pode pedir às pessoas", mas é ele que fica indiferente aos cortes das pensões e das reformas. Ele convive sem pestanejar com um governo que é forte com os fracos e fraco com os fortes. Ele convive com o discurso da austeridade. Por isso, é apupado na rua e os seus índices de popularidade são escandalosamente baixos porque não actua na defesa dos que precisam, limitando-se a avisar e a lembrar que avisou. E repete e repete. E mastiga e mastiga. E pode perguntar-se o que fez o VCE durante os últimos sete anos, quando aprovou sete orçamentos do Estado? Então não viu o défice e o endividamento que lá estavam? E que magistratura de influência exerceu para assegurar os consensos políticos e sociais de que a sociedade precisa? Apela à cultura política do compromisso, mas não vê que os seus protegidos usam a cultura política do insulto? Ele diz que tem a estabilidade política "como o seu valor primeiro", mas talvez fosse melhor que adoptasse os portugueses como o seu primeiro valor.
De facto, no momento em que continuamos a atravessar uma grave crise - ao fim de três anos de troika e de arrogância política da dupla passos-portas, aumentou a dívida, o desemprego, o desespero, a pobreza, a emigração, a insegurança e as falências – era de esperar e era necessário que o VCE produzisse um texto mobilizador das nossas energias mas, em vez disso, aparece-nos um texto economicista, narcísico e autojustificativo de um homem que tem estado no poder desde há muitos anos, mas que parece viver noutro país. Acena-nos com austeridade e sacrifícios até 2035 para satisfazer as exigências dos abutres, com a desculpa das novas regras europeias da disciplina orçamental. Assume-se como um mero espectador na triste realidade que nos é imposta por um grupo de fanáticos internos e externos, quando todos desejaríamos que fosse um referencial de esperança ou o provedor dos mais desfavorecidos. Foi ele que em tempos anunciou a sua oposição ao corte dos subsídios de férias e de Natal aos funcionários públicos porque, dizia, “há limites ao sacrifício que se pode pedir às pessoas", mas é ele que fica indiferente aos cortes das pensões e das reformas. Ele convive sem pestanejar com um governo que é forte com os fracos e fraco com os fortes. Ele convive com o discurso da austeridade. Por isso, é apupado na rua e os seus índices de popularidade são escandalosamente baixos porque não actua na defesa dos que precisam, limitando-se a avisar e a lembrar que avisou. E repete e repete. E mastiga e mastiga. E pode perguntar-se o que fez o VCE durante os últimos sete anos, quando aprovou sete orçamentos do Estado? Então não viu o défice e o endividamento que lá estavam? E que magistratura de influência exerceu para assegurar os consensos políticos e sociais de que a sociedade precisa? Apela à cultura política do compromisso, mas não vê que os seus protegidos usam a cultura política do insulto? Ele diz que tem a estabilidade política "como o seu valor primeiro", mas talvez fosse melhor que adoptasse os portugueses como o seu primeiro valor.