O antigo
porta-aviões francês Foch, que
durante 37 anos foi o navio-almirante da Marinha francesa, vai acabar a sua
carreira no fundo do mar ao largo da costa brasileira, segundo informa
hoje o jornal Le Télégramme, que se publica em Brest. O navio foi construído
na Bretanha por muitos operários e engenheiros bretões, pelo que a sua vida
sempre despertou o interesse emocional da população daquela região, como mostra o destaque
dado àquela notícia por um diário local.
O porta-aviões Foch (R99) foi construído nos Chantiers
de l’Atlantique, em Saint-Nazaire, tendo entrado ao serviço em 1963, mas no ano
de 2000 foi vendido ao Brasil por doze milhões de dólares, tomando o nome
de São Paulo (A12). A Marinha Brasileira deu-lhe pouco uso por
estar obsoleto, enquanto a sua modernização foi rejeitada por ser
excessivamente cara. Por essas razões e por ter pouca utilidade operacional, em
Fevereiro de 2017 foi decidido desarmar o navio e, pouco tempo depois, foi
anunciada a sua aquisição por um estaleiro turco para ser desmantelado e
aproveitado como sucata.
Porém, porque havia a bordo algumas toneladas de
amianto com elevado teor tóxico, as autoridades turcas impediram o navio de
entrar nas suas águas territoriais e obrigaram-no a regressar ao Brasil. No
passado mês de Agosto, um jornal das ilhas Canárias escrevia que “una colossal
montaña de material tóxico y radioactivo” navega entre as ilhas de Gran Canaria
e Fuerteventura, “sin que conste finalmente cuál será su destino”. Sabe-se
agora que o velho porta-aviões, que tem sido rebocado por um rebocador de
alto-mar holandês, já estará ao largo das costas brasileiras e que em breve vai
ser afundado, apesar dos protestos das organizações ambientalistas, mas o
Brasil pretende acabar com uma polémica que, desde há muitos meses, envolve aquele
navio.
É um triste fim para um navio famoso, pelo menos para os franceses e para os bretões.