A multinacional
petrolífera Shell PLC, que tem sede em Londres e foi fundada em 1907, anunciou
que no exercício de 2022 obteve lucros de 38.455 milhões de euros (42.309
milhões de dólares), isto é, mais 110% do que no ano anterior. Nunca nos seus
115 anos de vida aquela companhia tivera lucros tão altos, como refere a
imprensa e hoje destaca o britânico Morning Star!
Este valor
compara bem com a Despesa Geral do Estado Português que é da ordem dos 75.000
milhões de euros, isto é, os lucros da Shell podiam financiar seis meses da
actividade do Estado Português. Porém, também as irmãs da Shell, nomeadamente a
Exxon Mobil, a Chevron, a BP e a Total Energies anunciaram os maiores lucros dos
seus historiais que, combinados, atingem 190.000 milhões de dólares. Num tempo em
que as alterações climáticas preocupam a Humanidade e em que se apela ao fim
dos combustíveis fósseis que estão a destruir o nosso planeta, mas também num
ano em que os preços da energia dispararam devido à invasão russa da Ucrânia, as
maiores companhias petrolíferas mundiais ultrapassaram todas as previsões e
conseguiram os maiores lucros da sua história. Naturalmente, estes lucros têm
uma contrapartida que são os milhões de pessoas que caíram na pobreza devido ao
aumento exponencial dos preços dos combustíveis e, mais especificamente, a
tragédia que atravessa a sociedade ucraniana. Perante a voracidade das
multinacionais petrolíferas, diversos países têm procurado que os seus lucros
excessivos paguem mais impostos, mas parece que ninguém as consegue travar.
Simultaneamente, também a banca anuncia lucros exorbitantes, enquanto se espera
que as indústrias do armamento nos venham impressionar com os seus resultados que a guerra da Ucrânia está a engordar.
Assim vai o mundo…
Não nos admiremos se qualquer dia a Terra se torne cúbica em vez de esférica com tantas e cada vez maiores diferenças entre os protegidos por este sistema social de vida (os cada vez mais ricos) e os eleitos pelo reino dos céus (os cada vez mais miseráveis).
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